Chegamos em casa muito cedo. Cedo o bastante para as gêmeas ainda estarem dormindo. Nem a Ellie tinha levantado para preparar o café da manhã.
Enquanto Bruno guardava o carro na garagem, peguei meu celular e fui até a cozinha. Dentro de uma das gavetas do armário, achei um carregador reserva.
Sentei na cadeira e deixei meu celular carregando em cima da mesa.
Assim que o aparelho ligou, chegou algumas mensagens do meu pai. Ele queria saber como as coisas estão por aqui. Respondi me desculpando pela demora, e avisei também que está tudo bem. Tinha uma mensagem da Ângela também. Minha amiga me enviou a foto de um vestido preto com a legenda: "combina muito com você"
Nesse momento, Bruno parou atrás de mim e apoiou seus braços na mesa, um de cada lado do meu corpo. Ficando cercada por ele, acabei ganhando um beijo quando levantei meu rosto.
Sorrindo pelo beijo, abaixei a cabeça para voltar a ver o celular.
- Não é lindo? - perguntei, mostrando a foto do vestido para ele.
- É sim, e bastante curto também. - inclinou seu rosto, e falou perto do meu ouvido. - Fácil de tirar.
- Nossa Bruno, você vê maldade em tudo. - exclamei, e não foi uma reclamação.
- Pra você não existe mais esse negócio de Bruno. - ele falou, e se afastou para ir até a geladeira. - Agora, você tem que me chamar de amor, vida, ou de chefe.
Ele pegou a jarra de água na geladeira e colocou em cima do balcão.
- Chefe? - questionei, confusa.
- Prefere me chamar de dono? - continuou.
Larguei meu celular na mesa e observei meu marido com atenção.
- Dono de que?
Ele sorriu.
- Do que você acha? - falou.
- Espero que esteja falando da empresa. - falei.
Bruno se afastou do balcão e andou novamente na minha direção.
- Você só está negando o óbvio. - falou, e sentou ao meu lado. - Você é minha.
- Eu estou com você, não sou sua.
- Você está comigo e é minha. - afirmou.
Bruno ainda está de bom humor, o que significa que ele ia acabar me convencendo a concordar com ele usando métodos nada "apropriados" E a Ellie pode entrar na cozinha a qualquer momento.
Empurrei meu celular pela mesa até parar na frente dele. Mas Bruno manteve sua atenção no meu rosto.
- Compra pra mim. - pedi, querendo o vestido de presente.
Um presente dele.
- Quantos você quiser.
Sua resposta me fez rir.
- Fácil assim?
- Tão fácil quanto vai ser tirar ele do seu corpo.
Parei de rir sentindo minha pulsação acelerar. Estava quase me rendendo aos azuis de seus olhos quando Ellie entrou na cozinha.
- Bom dia. - ela disse, sorrindo.
Pisquei tentando voltar a pensar com clareza. Quando consegui, olhei a Ellie.
- Bom dia. - respondi, e ouvi Bruno falar o mesmo. - Vou dar uma olhada nas meninas.
Levantei da cadeira e Bruno fez a mesma coisa. Saímos da cozinha juntos, e quando estávamos perto das escadas, ele lembrou de algo.
- Elas vão fazer um ano semana que vem. - ele, comentou.
- Eu sei, vai ser quarta-feira. - falei, e cheguei até marcar no calendário da geladeira. - Já faz tanto tempo, né? Mas parece que foi ontem.
Ele assentiu.
- Temos que fazer uma festa, e fazer dessa festa nosso recomeço. - disse. - Deixar tudo de ruim que aconteceu pra trás.
- E se não for tão fácil assim de esquecer tudo?
- Não estou falando de esquecer meu amor, mas de superar. De ficarmos juntos. - explicou. - Como uma família.
Família.
A minha família.
Subimos às escadas e assim que chegamos no quarto das gêmeas, sorri ao ver que a Alexia já tinha acordado. Ela se agitou assim que o Bruno se aproximou do berço. Me aproximei da Sophie e vi que a mesma ainda dormia tranquilamente.
Vendo minhas duas filhas bem e saudáveis, eu fiz uma promessa. Vou melhorar, por elas. Pelo Bruno, e principalmente, por mim.
Segurei a mão de Sophie, e isso fez minha menina abrir os olhos. Bruno ficou ao meu lado, e como Alexia estava em seu colo, ela fez o que mais gostava: tentou pegar meu cabelo.
- Ela sente a sua falta. - Bruno disse, e Alexia estava se inclinando na minha direção.
Peguei Alexia do colo dele deixando minha filha feliz.
- Que surpresa, ela é tão carente quanto o pai. - brinquei, amando a sensação de estar com ela de volta em meus braços.
Bruno segurou Sophie quando ela tentou escalar as grades do berço.
- Não liguem meninas, a mãe de vocês sempre foi um pouco bruta comigo. Não reconhece a pessoa maravilhosa que sou. - Sophie fez um som com a boca como se tivesse concordando.
- Bruta? Disse o cara mais dramático que conheço. - falei, e Alexia encostou a cabeça na curva do meu pescoço. - Ainda lembro daquela coisa: "minha próxima namorada vai gostar verdadeiramente de mim e ela não vai ter medo de falar isso"
Na época, ouvir aquilo doeu. Mas hoje em dia, só me fez querer rir.
- Mas você me machucou na época, eu tinha o direito de tentar revidar. - retrucou.
Naquele momento, Alfredo entrou no quarto, e atrás dele está Winnter que tentava morder seu rabo. O gato, não muito feliz, subiu em uma poltrona que tinha ao lado do berço, fugindo do cachorro.
- A relação do Alfredo com o Winnter parece a gente bem no começo. - Bruno, voltou a falar. - Eu tentando te dar todo o amor do mundo, e você rosnando pra mim.
Não consegui segurar a risada, e isso me fez sentir leve por dentro. Nesse quarto, estão as pessoas mais importantes do mundo pra mim.
Passei tempo demais lamentando pela vida. Agora vou voltar a viver ela.
Ah, consegui finalizar esse cap. O final tá quase ai amados.
Até.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...