Depois que a Beatriz acordou, comecei a mostrar a casa para ela. E a cada cômodo que entrávamos, ela parecia mais admirada.
- E olha que eu já achava a antiga casa de vocês perfeita, mas essa... - falou, se jogando em um sofá. - Sonho de consumo.
Estávamos agora em uma sala que era usava para descansar, ler ou trabalhar. Lá, não tinha tv, só sofás e poltronas.
- E ela fica longe de tudo o que torna tudo melhor. - falei, sentando em uma poltrona que ficava perto das janelas.
- Agora me conta, quantos cômodos você e o Bruno já estrearam? - perguntou, com um sorriso.
- Ei. - peguei uma almofada e tentei acertar minha amiga, mas como aconteceu mais cedo com o Bruno, eu errei. - Nós não fazemos só isso.
Mesmo não sendo atingida, Beatriz tentou desviar da almofada enquanto ria.
- Não estou te julgando, Helena. Vocês dois são um belo casal, e qualquer um pode ver como tem química. - disse. - Até conversando vocês soltam faíscas.
- O que eu sinto pelo Bruno vai além de desejo carnal. - falei. - Ok, eu tenho muito tesão nele, mas não é só isso.
- Amiga, qualquer um também pode ver que você ama o Bruno. Seus olhos brilham até quando você só menciona o nome dele. - disse.
- Fica tão na cara assim?
- Muito. - afirmou. - Sem falar que na época da escola quando a gente conversava sobre casar e ter filhos você ficava assustada, como se a ideia fosse absurda. E olha você agora, vivendo tudo isso. Não é sobre o que a gente vive, é com quem vivemos.
Sorri notando como ela parecia tranquila falando sobre o amor.
- E você? Como anda o coração?
Ela deu de ombros.
- Bem.
- Qual é, Beatriz? Nossa amizade já passou dessa fase, sabe que pode conversar comigo, desabafar.
Beatriz suspirou.
- Não tenho muito o que dizer, a gente só trocou algumas mensagens e conversamos de vez em quando pelo telefone. - contou.
Só que pela forma que a Ângela fala da Beatriz, era muito mais que só mensagens e ligações. No entanto, minha amiga não queria conversar então eu ia respeitar.
- Você quer jantar? - perguntei, mudando de assunto. - As meninas estão na cozinha, assim você aproveita e vê elas.
Ela deu um pulo do sofá adorando a ideia.
- Vamos lá.
Saímos daquela sala e andamos pelo corredor até entrarmos na cozinha. Ellie estava terminando a janta enquanto Crystal estava com as meninas na mesa.
- Por favor, me fala que você agora sabe diferenciar suas filhas? - Beatriz perguntou, depois de se aproximar da cadeirinha que a Sophie estava.
Sorri.
- Agora eu sei. - falei, orgulhosa. - Alexia tem a raíz do cabelo mais escura, e Sophie tem a pele mais clara.
- Olha só, você não é um caso perdido. - falou, com humor.
Ignorei seu comentário e apresentei ela para as outras mulheres que estavam na cozinha. Depois de ver que as meninas estavam bem, eu fui atrás do Bruno.
Encontrei ele no escritório de frente para a estante de livros.
- Não vai jantar? - perguntei, depois de fechar a porta atrás de mim.
- Vou sim, só estou procurando um livro infantil para ler mais tarde para as gêmeas. - falou.
Franzi o cenho.
- E tem livro infantil nessa estante? - questionei, surpresa.
Jurava que só tinha livros para adultos, ou algo do tipo.
- Sim, tem de tudo. - falou, e pegou um livro. - Será que elas vão gostar de A Bella adormecida?
- Acho que sim, talvez ajude elas a dormirem rápido. - falei.
Ele se afastou da estante e colocou o livro em cima da mesa.
- Está tudo bem com sua amiga? Você parece tensa. - ele comentou, como sempre, mostrando que me conhece bem.
- Beatriz está bem, eu só acho que ela não vai lidar bem com os sentimentos da Ângela.
Ângela estava disposta e Beatriz muito fechada. Eu só quero que as duas fiquem bem.
- Olha, se elas se gostam, vão arrumar um jeito de ficarem juntas. Podem começar só como amigas, e então deixar rolar. - falou, e se encostou na mesa.
- Como amigas? - perguntei, lembrando de uma coisa. - Amigos se beijam, sabia?
- Acredita nisso? - exclamou, e parecia achar aquilo sem sentido.
Franzi o cenho confusa com sua reação.
- Foi você quem me disse isso. - lembrei ele.
Ele sorriu parecendo finalmente me entender.
- Helena, eu falei aquilo para agarrar você.
- Então tudo fazia parte da sua lábia? - perguntei.
- Claro, você ficou com aquela bobagem da gente virar amigos, eu tive que arrumar um jeito de me aproximar. - falou, nem um pouco culpado.
- Você é um babaca.
Rindo, ele se aproximou e tocou meu rosto.
- Essa é a nossa última noite juntos como noivos, você não pode dormir com raiva de mim. - falou.
Amanhã ia começar toda a preparação do casamento, dois dias separados e então eu só encontraria o Bruno de novo no altar.
- Não estou com raiva.
Na verdade, eu já tinha feito coisas naquela época bem piores, então a história do Bruno era fichinha.
Ficamos um pouco mais no escritório e quando o jantar ficou pronto, Bruno me acompanhou até a cozinha.
O dia de amanhã prometia e eu estava ansiosa para isso.
xxxxx
Ah, eu voltei e com isso o alerta que estamos perto do casamento.
Desculpem pelos erros, amanhã eu dou mais uma revisada.
Até mais.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...