Capítulo 23: Passando Tempo

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Depois que o Bruno saiu, observei enquanto minha mãe andava pelo quarto parecendo curiosa

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Depois que o Bruno saiu, observei enquanto minha mãe andava pelo quarto parecendo curiosa. Se aproximando da janela, ela afastou a cortina para ver o céu já escuro lá fora.

- Por que está aqui? - questionei, finalmente. - Nem começa falando que é preocupação porque não vou acreditar.

Estou sentindo uma forte dor de cabeça e ela aqui só piorou tudo. Mas ainda sim deixei a mesma entrar no quarto porque queria saber o que ela queria.

- Ouvi quando o médico falou com o Bruno no corredor.

Com um pouco de dificuldade por causa da dor, sentei na cama não aguentando mais ficar deitada.

- Então você sabe. - exclamei, sentindo uma sensação ruim no peito.

Eu realmente não queria um bebê agora, mas a forma que eu o perdi me deixou mal.

- Sei o que está sentindo. - disse, se afastando da janela e caminhando na minha direção.

Notando como ela estava séria, franzi o cenho.

- Já perdeu um filho?

Fiquei quieta esperando por sua resposta.

- Eu tinha apenas 17 anos quando engravidei na primeira vez que dormi com seu pai. - começou. - Fiquei assustada porque seus avós eram muito rígidos. Com medo de virar a vergonha da família, planejei com seu pai uma fuga. Um lugar longe e bonito onde teríamos nosso primeiro filho. - sorriu. - Ah, eu era tão inocente, realmente achava que isso ia resolver todos nossos problemas. No final, estávamos no carro quando batemos em um caminhão. Minha gravidez foi interrompida naquele acidente.

Assim como a minha.

Surpresa, continuei quieta enquanto processava suas palavras. Meu pai nunca me contou aquela história.

- Então sim, sei exatamente como se sente. - se aproximando mais, ela sentou ao meu lado na cama ficando perto. - Não vim brigar, filha. Quero que esqueça todos nossos problemas só por hoje e converse comigo. Diga como se sente. Vou entender cada palavra.

E, pela primeira vez, vi sinceridade no seu olhar. Isso fez meu coração apertar no peito.

- Eu não sei por onde começar. - confessei.

Com meus olhos ardendo, deixei ela se aproximar mais para me dar um abraço.

Minha mãe estava me abraçando.

Passei muito tempo desejando aquele contato, e tive que parar no hospital pela terceira vez para ele finalmente acontecer.

- Mãe...

Ela passou a mão no meu cabelo enquanto as lágrimas corriam pelo meu rosto.

- Tudo bem, Helena. - exclamou, perto do meu ouvido. - No final tudo fica bem.

Para Sempre Te AmareiOnde histórias criam vida. Descubra agora