Sorri quando a dona da loja me entregou todas as fotos que eu pedi para ela revelar da minha lua de mel. Agora eu só tinha que comprar um álbum e colocar cada foto em seu devido lugar.
- Muito obrigada. - falei, realmente satisfeita.
Depois de pagar, eu saí da loja e parei na calçada para pegar meu celular.
Crystal já tinha voltado ao trabalho e estava nesse momento cuidando das gêmeas. Assim como a Ellie que já estava preparando o almoço. No entanto, eu não ia almoçar em casa, vou passar na empresa para ver o Bruno.
Ainda sentia aquela sensação estranha de estar sendo perseguida, e ficar perto dele vai me fazer sentir melhor.
Como estou na cidade, a empresa Renault não fica muito longe daquela loja, e alguns minutos de caminhada vão me fazer bem.
Voltei a guardar meu celular depois de ver as horas.
Ainda é cedo, então se eu ir mais rápido, consigo chegar até o escritório do meu marido antes mesmo dele descer para almoçar.
Minutos depois, passei pela porta giratória e dei "bom dia" para a Júlia, que estava atrás do balcão. Caminhei até o elevador e já dentro dele, eu apertei o botão do andar dos escritórios.
Assim que as portas abriram, pensei em andar até a sala do Bruno, só que uma voz feminina me parou.
- Bom dia, a Sra. é? - a mulher de longos cabelos loiros perguntou atrás do balcão.
Franzi o cenho quando não a reconheci. Eu lembro que trabalha outra mulher naquele andar.
- Cadê a secretária do Damon? - perguntei, curiosa.
- Ela precisou se afastar e eu tomei seu lugar. - respondeu. - Deseja algo?
- Não precisa se preocupar comigo, eu só vou até a sala do Bruno. - falei, já me afastando.
- Eu tenho que anunciar primeiro. - ela falou mais alto porque eu já estava longe.
- Como se a mulher dele precisasse ser anunciada. - respondi, e abri a porta do escritório.
A sala estava vazia e isso me deixou decepcionada. Achei que chegaria antes dele descer para almoçar.
Fechei a porta e me aproximei da mesa vendo como ela estava toda bagunçada. Deixei as fotos em um canto e sentei na cadeira dele sentindo como é confortável.
Sozinha naquela sala, comecei a me perder em pensamentos.
Não menti quando falei que estou pensando em fazer faculdade. Agora, que minha vida deu uma acalmada e as coisas estão bem, eu posso finalmente pensar em mim.
E no que vou fazer.
Um tempo depois, meu marido abriu a porta me fazendo sorrir.
- Esqueceu de bater. - falei, fingindo uma expressão séria. - Não é legal entrar na sala dos outros sem permissão.
- Ah, sim, me desculpe pela minha falta de educação. - exclamou, e fechou a porta. - Como posso me redimir?
- Hum, talvez se você me arrumar comida. - falei.
- Não almoçou até agora? - ele se aproximou da mesa.
- Não... - levantei da cadeira e me aproximei dele para mostrar as fotos. - Olha o que eu revelei. Elas não estão lindas? Algumas estão tremidas porque você é um péssimo fotógrafo.
- Péssimo fotógrafo? Você me obrigou a tirar a maioria delas. - disse.
- Não é desculpa para você ter feito um trabalho tão ruim. - exclamei, sorrindo. - Agora me traga a comida.
Me afastei dele e voltei a sentar na cadeira.
- E eu que sou o mandão, né? - disse, também me lançando um rápido sorriso.
Depois de ligar para a nova secretária e pedir comida, Bruno abriu seu paletó e sentou no sofá.
Um silêncio caiu sobre a sala e eu voltei a sentir aquela sensação ruim.
- Me promete uma coisa? - comecei, sentindo um nó na garganta.
Meu marido franziu o cenho talvez notando minha tensão.
- O que quiser.
Cruzei meus braços em cima da mesa antes de voltar a falar.
- Se alguma coisa acontecer comig...
- Helena.
- Me deixa terminar, por favor. - pedi. - Se alguma coisa acontecer comigo promete que você vai seguir em frente?
- Não preciso prometer nada, porque nada vai acontecer com você.
- Você não está me escutando. - suspirei, me sentindo frustrada.
Bruno levantou do sofá e caminhou na minha direção. Quando parou na minha frente, ele segurou o braço da cadeira e se inclinou ficando com seu rosto perto do meu.
- Para de pensar nisso.
- Estou tentando te preparar caso algo aconteça comigo. - falei, não desistindo. - E você sabe como meu histórico de tragédias é grande.
É só ele contar quantas vezes eu parei no hospital desde que a gente realmente começou a ficar junto.
Meu marido segurou minha mão e então me ajudou a levantar da cadeira. Quando achei que ele fosse me abraçar, ele começou a andar comigo nos afastando da mesa.
- A única coisa que vai acontecer com você vai ser eu te jogar nesse sofá. - falou.
- Não desvia o assunto. Eu quero conversar sobre isso. - exclamei, mas não fiz nada para impedi-lo.
Soltei uma risada leve quando ele realmente me jogou no sofá e ficou em cima de mim. Resolvendo deixar o outro assunto de lado, eu não resisti e desfiz o nó da sua gravata, só para conseguir ter acesso ao seu pescoço.
Ele é cheiroso demais para não ser beijado.
- Nós vamos criar nossas filhas juntos. - começou. - Vamos envelhecer juntos, e só quando você tiver passado anos e anos ao meu lado e tiver chegado seu momento, eu vou te ver partir. Mas só para te encontrar do outro lado, seja lá o que o outro lado signifique. Eu não posso te perder antes disso tudo, meu amor.
Sentindo o clima voltar a ficar pesado, eu passei a mão no cabelo dele tirando os fios da frente de seu rosto.
- Esquece o que eu falei, foi bobagem. - pedi, não gostando da forma que o Bruno ficou. - Eu ainda tô com fome.
Nesse momento, alguém bateu na porta me fazendo sorrir.
Minha comida tinha chegado.
Bruno me deu um leve beijo antes de levantar do sofá para atender quem estava atrás da porta.
Apesar de falar para o Bruno esquecer aquele assunto, eu ainda estava agoniada.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...