Para Sempre Te Amarei

Capítulo 67: O Prazer De Provar

No nosso último dia naquela ilha, eu resolvi já ir arrumando minha mala. O plano era dobrar as roupas que já estavam lá, assim eu teria espaço para colocar as outras que tirei.

Sentei no tapete e comecei meu trabalho, mas algo no fundo da mala chamou minha atenção. Uma caixa pequena e aveludada se encontrava escondida entre as roupas.

Então lembrei que aquela é a caixa com os kits que o Bruno me deu. Com aquele perfume que ele tanto gosta, creme para pele e óleo de massagem.

E, foi aquele óleo que estava em uma pequena embalagem que eu peguei.

Meu marido saiu do banheiro e sentou na cama parecendo cansado.

- Nem um pouco animado para a viagem de amanhã. - exclamou, e passou a mão no cabelo deixando ele bagunçado. - O que você tem ai?

Fechei a caixa ainda segurando o frasco de óleo.

- Você não vai acreditar no que eu trouxe, mas acabei esquecendo no fundo da mala. - levantei do chão e me aproximei dele.

Sentei atrás dele na cama e aproveitando que o mesmo estava sem camisa, eu coloquei um pouco de óleo na mão e passei em suas costas.

- Isso é gelado... - ele comentou, e virou o rosto para me olhar. - O que é?

- Só aprecie. - falei, sorrindo. - Talvez te faça relaxar.

Bruno ficou me olhando por alguns segundos até que cedeu voltando a olhar para frente.

Passei mais um pouco de óleo em suas costas e joguei o frasco em cima da cama.

Fiquei de joelhos e comecei a massagear sua pele.

- Quando você começa a esfregar esquenta. - disse. - Se for parte daquele kit que eu te dei por que está usando só agora?

- Eu te falei que esqueci. - respondi, e continuei a massagem.

Depois de um tempo, aproximei meu nariz da sua pele sentindo um cheiro maravilhoso. E, pelas reações do Bruno, ele também estava achando aquilo maravilhoso.

- Me conta uma história sua. - pedi, notando que apesar do Bruno estar gostando da massagem, ele ainda continuava com um humor péssimo. - Uma coisa que eu ainda não sei sobre você.

Talvez conversar ajude.

- Como o que?

- Não sei, qualquer coisa. - falei, e lembrei da história que recusei saber no hospital. - Pode ser a história do bem dotado.

- Então mudou de ideia?

- É melhor saber por você do que por qualquer outra pessoa na rua. - exclamei, e comecei a massagear seus ombros.

Que eu nunca mais encontre aquela tal Patrícia que estava na balada na minha despedida de solteiro. Na verdade, que o Bruno nunca encontre com ela.

- Bom... - ele começou. - Não é uma história longa, não como você está esperando. Quando mais jovem, mandei uma foto para uma garota, ela acabou repassando a foto em um grupo e a imagem vazou. A sorte é que eu não mostrei o rosto nessa foto, mas o boato se espalhou e começaram a supor que era eu.

- Espera, tá dizendo que tem uma foto sua pelado na internet? Como eu não sabia disso?

É o tipo de coisa que eu tenho que saber em relação ao meu marido.

- Essa história já faz tempo, nem sabia que tinha gente que lembrava ainda.

- Isso é horrível e um crime. - falei, sabendo que apesar do Bruno ter levado na boa, garotas quando tem algum nude vazado a história é mais complicada.

- Agora é sua vez. - ele disse. - Me conta uma história sua.

Parei com a massagem e comecei a pensar no que contar.

- Eu queria ser veterinária quando era criança. - contei, e sorri com a lembrança. - Só que desisti da ideia quando dois cachorros meus fugiram e três peixes que eu estava cuidando morreram de fome.

- Nossa... Achei que seu maior crime fosse queimar café. - falou.

- Só queimei uma vez. - me defendi. - E eu estou sendo uma boa dona para o Alfredo, ele me odeia? Odeia. Mas estou tentando.

Ainda tenho esperanças dele mudar comigo.

Sai de cima da cama e peguei o frasco do óleo para guardar o mesmo de volta na caixa. Depois de fazer isso, voltei para perto do Bruno. Mas não subi na cama, fiquei de pé na frente dele.

- Agora me fala o porquê dessa cara emburrada. - pedi, e toquei seu cabelo notando como os fios estavam grandes o suficiente para fazer uma franja. - O que está te incomodando?

- Nada. Só estou pensativo. - esclareceu. - As coisas mudaram tão rápido. Você mudou minha vida tão rápido.

- E você gosta disso? - quis saber.

- Levando em conta que ganhei um boquete no banheiro de uma pousada no meio da tarde. Sim, eu gosto.

Sorri e dei um tapa no seu braço.

- Não se acostume.

Quando fui me afastar, ele segurou minha mão me mantendo no lugar.

- Sabe que é mais que isso, né? Eu te amo independente de tudo. - afirmou.

Claro que sei, Bruno fala besteira, mas é também uma forma dele dizer que me ama.

- Não se preocupe, eu sei. - respondi, e segurei seu rosto. - Eu também te amo independente de tudo. Você sempre vai ser o filho irritante do meu padrasto que cresceu e se tornou o amor da minha vida.

Ele disse que eu sou tudo que ele sempre desejou, mas ele e as meninas são tudo que sempre precisei.

Bruno me puxou para mais perto e segurou minha cintura me fazendo subir no seu colo. Com uma perna dobrada de cada lado do seu corpo, apoiei minhas mãos em seus ombros.

E, para acabar de vez com a distância entre nós, ele me beijou.

- E você sempre vai ser o melhor beijo que já tive o prazer de provar. - falou, ainda com os lábios encostados nos meus.

- Se você me beijar de novo talvez se torne meu beijo favorito também.

Ele sorriu.

- Juro que vou me esforçar o máximo. - disse.

Mas ele nem precisa de muito, as vezes, só olhar para ele basta.

Ter o Bruno ao meu lado já basta.

Voltei, e desculpa pela demora. Escrever não é fácil, mas eu tento o máximo possível. Sei que vocês gostam desses dois, então isso me dá energia para continuar aqui no wattpad.

Até mais.