Assim que o Bruno estacionou o carro no estacionamento do parque, tirei o cinto de segurança enquanto sentia um frio gostoso na barriga. Sentia que esse passeio seria bom, e estávamos precisando disso. Quando saímos do carro, caminhamos até a entrada.
- Espera, tenho que comprar as fichas. - Bruno disse, quando eu ia passar direito pela barraca de fichas.
- Olha o tamanho dessa fila. - falei, calculando que perderíamos 15 minutos naquilo.
- Pode ir andar, eu espero aqui e compro. - ele sugeriu.
- Não, eu fico com você.
Entramos na fila e aproveitando que estava atrás de mim, Bruno passou seus braços pelo meu corpo encostando seu queixo no meu ombro.
- Lembra quando te beijei na saída de um parque? - ele exclamou, perto do meu ouvido.
As pessoas a nossa volta estavam tão perdidas em seus próprios mundos que não fiquei preocupada de alguém ouvir nossa conversa.
- Lembro sim, e também lembro de você me dando um fora no dia seguinte.
Ele riu baixo me fazendo sentir seu peito vibrar nas minhas costas.
- Você já me deu muitos foras também. - disse.
- Muitos já é um exagero.
Ele deu um beijo no meu pescoço e paramos de falar daquilo. Apesar de já ter se passado muitos anos, ainda me sentia culpada pelo trato que fiz com minha mãe.
Nesse momento, uma criança de 7 anos passou correndo do nosso lado fazendo um homem que julguei ser seu pai segui-la.
- Não vejo a hora das meninas crescerem o suficiente pra gente passear com elas.
- A dor de cabeça que vamos sentir quando elas começarem a correr por ai. - disse, mas seu tom de voz entregou que ele adorou a ideia.
Quando a fila andou, Bruno me soltou. Alguns minutos depois chegou nossa vez e ele comprou as fichas me deixando feliz. Tinha tantos brinquedos para ir que eu nem sabia qual escolher primeiro.
- Olha aqueles ursos de pelúcia. - meu noivo disse apontando para uma barraca. - As meninas vão gostar.
No entanto, para ganhar os ursos de pelúcia tínhamos que acertar uma bola em um brinquedo que não parava de se mexer. E eu era péssima com mira.
- Vai você. - falei, quando chegamos perto da barraca.
Enquanto Bruno falava com o dono da barraca eu fiquei olhando os ursinhos para saber qual era o melhor para levar para as meninas.
- Pega. - meu noivo disse estendendo uma bola verde na minha direção.
- Mas...
- Só tenta, meu amor. - disse, usando um tom de voz que eu não conseguia resistir.
Peguei a bola verde da mão dele e encarei o brinquedo que não parava de se mexer. Era tipo a imagem do Mickey.
Bruno parou novamente atrás de mim e colocou suas mãos na minha cintura deixando minha pele arrepiada. E, com a voz perto do meu ouvido, ele exclamou.
- Fica calma, você consegue.
Com meu coração batendo mais rápido por causa da sua aproximação, respirei fundo tentando focar. Levantei meu braço e joguei a bola errando o brinquedo.
- Eu te falei. - exclamei, ficando chateada.
O dono da barraca pegou a bola verde do chão e colocou em cima do balcão de madeira, talvez achando que fossemos jogar de novo.
- Vai outra vez. - Bruno encorajou.
- Para isso você precisa se afastar. - falei, sentindo seus dedos se arrastando para de baixo da minha blusa. - É sério.
Me ouvindo, ele se afastou e vi um pequeno sorriso em seus lábios. Com seus cabelos jogados para trás e sua blusa xadrez, ele estava ainda mais atraente.
Por isso a dificuldade para minha concentração.
Pegando novamente a bola, eu respirei fundo novamente e dessa vez quando joguei, acertei o brinquedo. Me sentindo alegre, fui até o Bruno e abracei ele.
- Qual deles vocês vão levar? - o dono da barraca perguntou.
Me afastando do meu noivo eu apontei para o primeiro urso da prateleira, e ele era o maior de todos. Vendo para onde eu estava apontando, ele pegou o urso e me entregou.
Só que enquanto eu sentia a maciez do urso, três garotas se aproximaram da barraca e consegui perceber os olhares que lançaram para o meu noivo. Eu até ia ignorar, mas uma delas foi ousada a ponto de sorrir para ele com clara intenção nos olhos.
- Quer ir de novo? - Bruno perguntou, alheio ao que acontecia ao lado dele.
- Não, vamos em outro lugar. - falei, querendo me afastar delas o mais rápido possível.
Quando ele fez menção de se afastar a garota que sorriu resolveu abrir a boca. Seus cabelos eram castanhos combinando com a cor de seus olhos.
- Já vai tão rápido? Por que não me ajuda a acertar o alvo? - ela perguntou, fazendo suas amigas rirem.
Respira.
Está tudo bem.
- Certeza que você consegue sozinha. - Bruno disse, e tocou meu braço querendo me tirar dali talvez percebendo o olhar que eu lançava para as garotas. - Helena.
- Ah, vamos lá. Eu sou tão insegura com essas coisas, posso acabar deixando a bola cair no chão. - disse, mais uma vez.
Entregando o urso para o meu noivo, sorri amigavelmente para o dono da barraca.
- Licença, poderia me falar seu nome? - perguntei, calmamente.
- Roger. - respondeu.
Depois de ouvir sua resposta, olhei para a garota de cabelo castanho.
- Roger, essa bela garota está precisando de ajuda para jogar. Mas talvez ela não saiba que você trabalha aqui, porque está pedindo ajuda para outras pessoas. - falei, com falsa paciência. - Você sequer sabe ler? Na camisa dele está escrito: "posso ajudar?" se não percebeu. Talvez um desenho ajude melhor no seu raciocínio.
As amigas dela pararam de rir notando o clima tenso.
- Engraçadinha você. - ela disse.
- Eu sou hilária, amada. Provoca mais um pouco e você vai ver.
Bruno tocou novamente meu braço.
- Não deixa isso estragar nossa noite. - ele disse.
- Não vai. - prometi, e segurei seu rosto para lhe dar um beijo.
- Temos outros lugares para olhar. - falou, quando me afastei.
Assentindo, comecei a andar com ele, mas antes, olhei uma última vez para as garotas.
- E amiga, se você realmente tem alguma insegurança aconselho a procurar um terapeuta, se jogar em cima de homem comprometido não ajuda não.
Quando estávamos longe delas, Bruno parou na minha frente.
- Tudo bem mesmo? Sabe que nenhuma delas vale a pena, né?
- Eu sei, mas você viu como ela se jogou em cima de você bem na minha frente.
- Não importa, eu te amo. Você só precisa confiar em mim.
- Eu confio.
Mas não confiava nelas, e isso já era motivo para me tirar do sério.
Satisfeito com minha resposta, Bruno me levou em direção a casa monstro.
- Achei que não sentisse medo desse brinquedo.
- Não sinto.
Sorri.
- É o que vamos ver.
CONTINUA...
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...