Mais tarde, naquele mesmo dia, eu estava deitada na cama do meu quarto enquanto Bruno tomava banho. Ouvindo o barulho do chuveiro, sentei e peguei meu celular. Estava indo mudar meu papel de parede quando meu marido saiu do banheiro.
- A toalha não está no banheiro. - ouvi ele comentar.
- Eu que tirei. - falei, ainda olhando o celular.
- Por que? Quer me ver saindo pelado do banheiro? - perguntou.
Olhei em sua direção vendo que ele pegou uma toalha no closet. Enrolou ela na cintura deixando seu cabelo ainda um pouco molhado.
- Eu coloquei a toalha pra lavar e esqueci de colocar uma nova no banheiro. - contei.
Ele sorriu.
- A minha versão é mais interessante. - falou, e andou até o lado dele na cama.
- Acha isso porque você não vale nada. - exclamei.
E ele nem tentou negar.
Bruno tirou a toalha da cintura e usou a mesma para secar seu cabelo. Depois, deitou na cama se cobrindo com o edredom. Diferente dele, eu não estava nua. Usava uma blusa azul que substituía muito bem um pijama.
- O que está fazendo? - ouvi ele perguntar, assim que sentou ao meu lado.
Perto o suficiente para me fazer sentir sua respiração no meu rosto.
- Acabei de descobrir que não tenho uma foto minha no meu próprio celular. - falei, fuçando a galeria do aparelho. - Nem pra papel de parede.
Na verdade, só tenho fotos das meninas. E umas 10 do Bruno.
- Eu tenho fotos suas. - meu marido contou.
- Sério? Então me envia algumas.
- Meu amor, as que eu tenho não são muito apropriadas para a tela do celular. - disse.
Franzi o cenho confusa.
- Tá dizendo que tem fotos minhas nua no seu celular? - perguntei.
- Não, eu tô dizendo que não são apropriadas, não falei que tá nua. - disse.
- Eu quero ver. - falei.
- Por que?
- Por que as fotos são minhas. - respondi.
- Não, as fotos são minhas. - afirmou.
- Deixa de graça. Me deixa ver as fotos. - pedi.
Ele pegou seu celular que estava em cima da cabeceira. Desbloqueiou a tela e entrou em uma pasta. Quando me entregou o aparelho, comecei a ver as fotos. E acabei ficando surpresa com algumas.
- Eu não lembro de nenhuma dessas fotos. - avisei.
E várias daquelas imagens eu mesma que tirei.
- Você não costuma lembrar de muita coisa quando o tesão passa mesmo. - disse, e senti sua mão tocar meu rosto.
Mesmo com seu toque, continuei olhando as fotos.
- Quando essa foi tirada? - perguntei, me referindo a uma que eu estava deitada me cobrindo só com um lençol.
- Ah, eu lembro, depois de tirar a foto você me implorou para...
- Eu perguntei onde foi tirado, não o que estavamos fazendo nesse dia. - falei, sabendo que ele só queria me provocar.
- Foi em um dos quartos de hóspedes. - respondeu.
Voltei a olhar as fotos até que vi uma que eu estava segurando o p...
- Essa não...
Bruno pegou o celular da minha mão quando viu que eu estava quase excluindo a imagem. As outras eu até tinha gostado, não eram tão "inapropriadas" assim. Não como ele tinha insinuado. Mas aquela não.
- É a minha favorita. - disse, não me deixando pegar o celular de volta.
Quando fui tentar o aparelho, ouvi o choro de umas das meninas. Levantei da cama, mas antes de sair do quarto, olhei uma última vez para o Bruno.
- Apaga essa foto. - foi mais uma ordem.
- Meu celular está descarregado agora, talvez depois.
- É sério, Bruno.
Quando minha filha chorou mais alto, deixei aquela discussão para depois. Entrei no quarto das gêmeas e vi que quem estava chorando era a Alexia. Tirei ela do berço e comecei a balançar a mesma em meus braços.
- Está tudo bem. - falei, querendo acalma-la. - Mamãe está aqui.
Alguns minutos depois, sentei em uma poltrona que tinha ao lado da janela. Alexia parou de chorar e começou a cair no sono levemente. Ficando em silêncio, continuei a balançar ela até a mesma fechar os olhos.
Levantei com cuidado e coloquei Alexia de volta em seu berço.
Antes de sair do quarto, dei um beijo no topo de sua cabeça, fazendo o mesmo com Sophie que também dormia.
Apaguei a luz e deixei a porta um pouco aberta. Quando voltei para o meu quarto, sorri ao ver meu marido dormindo.
Ajoelhei no colchão e engatinhei até parar em cima dele, com uma perna de cada lado do seu corpo. Me inclinei em sua direção e comecei a beijar seu rosto. O que fez o mesmo acordar.
- Por que eu deveria deixar você dormir? - perguntei.
- Porque é uma boa oportunidade para você mexer no meu celular e excluir as fotos. - disse, de forma sonolenta.
Me afastei um pouco para olhar seu rosto.
- Realmente. - exclamei. - Mas acontece que eu gostei das fotos.
- Então posso ficar com aquela? - perguntou, se referindo a foto que tentei apagar.
- Pode ficar com todas, menos com aquela.
Ele segurou minha coxa e apertou não parecendo muito feliz com minha resposta. Sabendo que mais um pouco e ele ia voltar a dormir, eu deitei na cama encostando minha cabeça em seu peito.
- Qual das pequenas estava chorando? - perguntou, baixo.
- Alexia. Acho que ela teve um pesadelo. - respondi. - Mas já está tudo bem agora.
Quando ele não respondeu mais, levantei o rosto e vi que o mesmo tinha voltado a dormir.
Um tempo depois, eu também cai no sono com a tranquilidade de saber que os amores da minha vida estão perto e em segurança.
Olha quem deu o ar da graça.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...