Faltando poucos dias para o aniversário das gêmeas, resolvi finalmente mudar meu cabelo. Como já tinha falado que ia fazer. Sam, mãe da Ângela, me indicou um salão de beleza, que ela jurou que é super confiável. Apesar de que, qualquer salão é mais confiável do que passar e novo pelas mãos talentosas da Beatriz.
Como não marquei hora, tive que esperar para ser atendida.
Um tempo depois, a cabeleireira que aparentava ter 40 anos, me chamou e perguntou o que eu gostaria de fazer.
Depois de pensar um pouco, sorri com uma ideia.
- Não quero cortar. Quero ondular e fazer mechas. - falei, decidida.
Ela assentiu.
- Vai ficar linda, eu prometo. - disse, com a confiança de uma profissional.
Bom, eu realmente espero.
Todo o processo foi demorado, mas não reclamei porque a todo momento me ofereciam vinho e alguns docinhos. Quando meu cabelo foi finalmente finalizado, me senti outra pessoa.
Levantei da cadeira e comecei a me analisar no espelho.
- Ficou... incrível. - exclamei, realmente satisfeita.
Podia dar errado. Muito errado. Mas não deu.
Quando sai do salão, peguei meu celular para ligar para a Crystal, mas meu marido me ligou primeiro.
- Está na cidade? - ele perguntou.
- Boa tarde pra você também. - falei, sorrindo. - E sim, estou. Tenho que resolver algumas coisas em relação a festa das meninas.
E não é mentira. Tenho muita coisa para fazer, e apesar da minha mãe ter se oferecido para ajudar, tem coisas que quero resolver sozinha. Como o tema da festa. Tivemos aquela pequena discussão, mas ela ainda está tentando se aproximar.
- Ótimo, vem almoçar comigo. - disse, beirando a uma ordem.
Já acostumada com aquele jeito dele, estava pensando em aceitar, quando lembrei de uma coisa.
- Que droga. - exclamei.
- O que foi? - perguntou.
- É que eu ia te fazer uma surpresa, mas só quando você chegasse em casa. Você me chamando pra almoçar... meio que estraga tudo.
E eu não tenho como recusar. Estou morrendo de fome.
- Que surpresa? - quis saber.
- Você já vai saber. - respondi, curiosa para saber como ele vai reagir ao meu novo visual. - E pede lasanha.
- Tudo bem, não demora.
E encerrou a ligação.
Guardei meu celular e comecei a andar em direção a empresa. Quando cheguei, a moça da recepção sorriu na minha direção. Acenei para ela e fui até o elevador. Ao chegar no andar dos escritórios, andei até a sala do Bruno. Bati na porta e esperei. Normalmente, eu teria entrado de uma vez, mas vai saber se ele está ocupado.
Quando não recebi nenhuma resposta, entrei no escritório e vi que está vazio. Fechei a porta atrás de mim e caminhei até a mesa. Notei que a mesma estava bem organizada, e os papéis em cima tinham palavras com um idioma que eu não consegui entender.
Talvez russo.
Estava tão distraída que levei um susto quando senti alguém tocar meu cabelo. Me virei dando de cara com o Bruno.
- Me assustou. - exclamei, mais calma.
- Foi o que ficou fazendo o dia todo? - perguntou, e tocou novamente meu cabelo.
- Sim. O que achou?
- Está linda. - respondeu, me fazendo sorrir.
Satisfeita com o olhar que ele estava me lançando, segurei sua gravata enrolando a mesma na minha mão.
- Como se sente agora tendo o segundo melhor cabelo da relação? - brinquei.
- Não sabia que estávamos competindo. - disse, e se inclinou um pouco na minha direção.
- Tudo é uma competição, ainda mais se eu ganho de você.
Foi a vez dele de sorrir.
Mas antes que eu pudesse beija-lo, alguém bateu na porta.
- Nosso almoço chegou. - disse, e se afastou para atender a porta.
Depois de pegar a bandeja, meu marido agradeceu a funcionária e voltou a fechar a porta.
- O que resolveu em relação ao tema da festa? - ele perguntou, assim que deixou a bandeja em cima da mesa.
- Sobre isso... - sentei na cadeira antes de continuar. - A ideia de morarmos fora da cidade é justamente pra ninguém ficar nos perturbando. Então não tem porque fazer uma festa grande na nossa casa e convidar um monte de gente.
- Quer algo mais reservado?
Bruno pegou sua cadeira e arrastou até ficar ao meu lado.
- Sim, vamos só convidar os mais próximos.
Ele assentiu.
- Pode ser. - disse.
Eu abri a tampa de um pote e o cheiro de lasanha tomou conta da sala. Acho difícil estar melhor que a lasanha da Ellie, mas com certeza também está uma delícia. Posso afirmar só pela aparência.
- O que acha de você ter aula de direção? - perguntou, alguns minutos depois.
- Como assim? - questionei, voltando minha atenção para ele. - Está insinuando que não sei dirigir?
- Não é isso. Mas, se um dia você quiser voltar a dirigir, ter aulas pode te dar mais confiança. - explicou. - Quando você tirou sua habilitação?
- Então... - comecei. - Minha habilitação foi meio que um favor.
Ele franziu o cenho.
- Como assim?
- Uma pessoa me devia um favor e foi assim que consegui ela.
- Bom, isso explica muita coisa. - falou, pensativo.
- Explica exatamente o que? Cuidado, você está a um passo de ficar sem lasanha.
Ele segurou meu rosto e me puxou na direção dele para beijar o topo da minha cabeça.
- Almoça, depois a gente conversa melhor.
Nem tentei retrucar. O medo da comida esfriar é grande.
Perto demais do fim.
Vem ai a festa de 1 ano das gêmeas.Até.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...