✨Atenção: Nota da autora no final! ✨
Pov. Aurora
Durante a semana, eu me encontrei com as meninas do elenco e nós saímos para bater perna, como dizia minha avó. Queria que a despedida fosse algo agradável e não o caos que foi com Charlie. Aparentemente, nenhuma delas sabiam que nós não estávamos mais juntos, porque em nenhum momento elas disseram alguma expressão de apoio como "sinto muito por isso" ou "vai ficar tudo bem".
Saí da casa de Charlie no dia 26 e fui direto para o aeroporto — ainda bem que tinha dinheiro reserva. Desde aquele dia tento falar com ele por mensagens e ligações, mas ele não ousou me responder. Tecnicamente eu não poderia julgar, a culpa foi minha. Conseguia ouvir mentalmente a voz da minha mãe dizendo que era a culpada de tudo e que era uma criança egoísta. Inclusive, não recebi nenhuma ligação de Natal, tirando as meninas e o meu pai. Não tinha notícias da minha irmã e da minha avó há meses...
Tudo estava desmoronando aos poucos.
— Você está bem? — perguntou Bárbara pela chamada de vídeo no notebook. Apenas assenti com a cabeça.
— Acredito que isso seja um não.
— Eu disse que sim!
— Você não disse nada, só balançou a cabeça — revirou os olhos.
— Eu só... — Não queria demonstrar o quão triste eu estava. Desabafei com Leh e Babi desde que saí da casa de Charlie, elas me ouviram chorar por duas horas seguidas. Era o bastante.
— Então — disse Leh —, você não vai para o restaurante?
— Não, eu já me despedi de todos, inclusive dos meninos que encontrei por acaso no shopping em Vancouver. Parece que o universo não quer que eu deixe ninguém para trás...
— Amiga... — Suspirou triste. Tirei os olhos da mala e foquei nas duas. — Quando chegar, você pode ficar com a gente, pode intercalar entre as casas, pede o seu emprego de volta na cafeteria e tenta arranjar outra renda quando puder.
— Eu amo vocês, vocês sabem disso! — respondi secando as lágrimas. — Mas voltar para a cafeteria é dar um enorme passo para trás, e se eu por acaso ver a cara do Felipe eu juro pra vocês que jogo café quente nele!
— Ah, ele está namorando! Agora ele é insuportável com outra garota — disse Letícia, sorrindo.
Ainda bem.
— Ok, menos um assunto para me preocupar.
— Você falou com ele?
— Meu pai?
— Charles — disse Babi bem baixinho. Neguei.
— Eu estraguei tudo gente, ele não quer falar comigo.
— E se você for hoje?!
— Eu não quero ter que encarar a todos e me despedir de novo, já foi difícil fazer isso uma vez com ele, imagina agora.
— Vocês nem se abraçaram, Aury... Isso é triste até pra Letícia.
— Verdade, e eu odeio clichês.
— Não tem mais jeito, esqueçam isso.
— Para tudo se dá um jeito, meu bem.
Pov. Charlie
Tive que guardar segredo sobre a surpresa de ano novo com muito esforço, porque Owen queria ficar direto em sua casa e eu inventei uma desculpa pior que a outra só para ele voltar, mas, no fundo, eu não queria ficar sozinho. Nesses dias eu não toquei em meu celular porque as ligações e mensagens de Aurora eram uma tentação para mim. Sentia tanta a falta dela que meu peito doía. O pior era que nunca gostei tanto de alguém, então eu não estava sabendo lidar com tudo isso, com que estava sentindo... Às vezes sinto como se meus pensamentos socassem meu estômago.
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A Arte Entre Nós
Fanfiction"É comum ouvir que a Arte pode mudar vidas e tocar as pessoas, mas nem sempre ela é aceita como uma carreira. Aurora Rizzi é uma jovem de 21 anos que sonha em viver daquilo que mais lhe dá prazer: escrever. É através de uma oportunidade que ela deci...