A Arte Entre Nós

Capítulo 30 - 2ª parte

Nota da autora: Oii gente! Mil desculpas por não ter postado o capítulo na quarta, tô cheia de coisa pra entregar até o fim do mês, final de semestre é isso né. Espero que gostem do capítulo e aproveitei bastante, comentem as suas reações pra eu ver se estão gostando. Boa leitura ❤️

Pov. Aurora

Os dois me encaravam assustados e logo depois se entreolharam, como se estivessem buscando respostas. Nenhum deles disse uma só palavra sobre a minha pergunta e aquilo estava me matando por dentro. Como se perde uma pessoa?!

— Vocês me escutaram? — Gritei novamente. — Onde está o Charles?

— Nós não sabemos! — respondeu Chris, encostando-se em uma das árvores por conta do vento. Greg me puxou até a árvore para tentarmos conversar. — Nós estávamos juntos por todo o caminho, eu realmente não consigo me lembrar em que momento nós o perdemos.

— Foi difícil caminhar quando a tempestade começou, mas lembro de ter visto Charlie ajudar Jen a carregar suas coisas. Ele ainda estava com a gente.

— Meu Deus! — exclamei, tentando segurar as lágrimas. — E-Eu preciso... — Os meus dentes estavam batendo de tanto frio e minhas mãos congelando, mas eu não me importava, precisava achar Charlie.

— Não, Aurora! — disse Greg me puxando. — A tempestade está forte, depois nós o encontramos.

— Não! — Gritei, desvencilhando-me de seu braço. — Ele pode morrer e você sabe muito bem disso.

— A gente que vai morrer se continuarmos no meio da floresta com essa nevasca.

— Gente, por favor...

— Aury, não estamos desistindo de Charlie! Vamos procurá-lo pela manhã, está bem?

— Até lá ele...

— Não, Charlie é um cara esperto, e essa não é a primeira trilha que ele faz. Aposto que ele deve estar fazendo uma fogueira agora e a neve esteja nos atrapalhando para ver pela região.

Andamos até o chalé com dificuldade, parece que os ventos pioraram e não há previsão de melhorar até amanhã. Quando entrei, Sarah me ajudou a tirar o casaco e limpou a neve do meu cabelo. Seus braços me envolveram e eu pude respirar fundo, deixando as lágrimas caírem.

— Não o encontraram? — perguntou.

— Decidimos procurar pela manhã, acreditam que a tempestade vai parar e poderemos procurar com calma e não tomando rajada de vento na cara.

— Nós vamos achar ele! — Sorriu. — Vai ficar tudo bem, ok?!

— Ok.

Após todos terem tomado um banho quente, decidiram comer alguma coisa antes de deitar. Sarah e eu fizemos uma sopa que conseguiu esquentar e encher a barriga de todo mundo. Menos a minha. Quanto mais eu pensava em Charlie, mais o meu estômago revirava. Acabei comendo uma fatia de pão com manteiga.

São exatamente duas horas da manhã e a tempestade já parou há algum tempo, mas o frio está insuportável lá fora. Como não conseguia dormir, decidi ler um livro, e para não atrapalhar as meninas com o abajur acesso, fui para o enorme sofá cinza da sala com uma coberta em volta do meu corpo.

Tentei ler para distrair a minha cabeça, mas foi algo totalmente inútil. Tantas coisas estavam passando pela minha mente que eu mal conseguia me concentrar.

— Aury? — disse Sarah em um tom de voz baixo. A olhei com os olhos inchados, chorei tanto que não conseguia os abrir direito. — Vamos deitar um pouco, se não você estará exausta para a trilha.