A Arte Entre Nós

Capítulo 34 - 2ª parte

Pov. Charlie

O aeroporto de Vancouver nos finais de semana sempre era uma total dor de cabeça, mas eu não deixo isso me abalar. Finalmente estava na cidade e poderia ver Aurora. Depois do nosso pedido, pensei em muitas coisas que poderíamos fazer juntos, como: jantares, piqueniques em alguma área verde, e uma surpresa que eu sei que ela iria gostar.

Ao sair do aeroporto, um vento gelado passou por mim, fazendo eu ajeitar a jaqueta no corpo. Depois do acidente e da pneumonia, o médico disse que eu não poderia enfrentar um tempo frio tão cedo, por isso fiquei em casa por tanto tempo sem sair. Às vezes eu recebia visita dos caras — Greg deve ter obrigado todo mundo a ir... Eles eram os melhores!

Aluguei um carro em uma das companhias e segui para o apartamento de Aurora. Ela disse que estava morando próxima ao centro e conseguiu um preço justo pela localidade, o que era bem difícil por aquela região. O lado bom era que agora ela poderia aproveitar mais a cidade do que antes, já que durante as gravações saiamos pouco por mês.

Estacionei em frente ao prédio e tirei as malas do carro, falando em seguida com o porteiro para me liberar. O prédio era bem mais chique do que eu esperava, não como se o Shawn Mendes morasse aqui, mas o corretor fez uma ótima escolha em colocar este prédio como uma das opções.

Era lindo!

Andei calmamente pelo corredor e bati na porta. Demorou alguns minutos para que ela me atendesse. Aurora abriu a porta vestindo um roupão de banho, seus cabelos molhados estavam molhando o carpete de madeira.

— Eu tirei você do banho, não é? — Fiz uma careta, rindo. — Desculpe.

— Na verdade eu acabei de sair dele, tudo bem!

Larguei as malas no chão e empurrei levemente a porta com os pés. Envolvi seu corpo em meus braços e ela fez o mesmo, mas os. colocando em meu pescoço. Beijei seus lábios como se fosse a última vez que nos veríamos. Meus beijos desceram para as suas clavículas e ali foi o momento de eu a abraçar de verdade, encaixando meu rosto em seu pescoço.

— Senti sua falta — murmurei.

— Eu também senti a sua, mas foram só alguns dias... — Sorriu, encarando-me. A respondi com um selinho.

— Pareceu uma eternidade!

— Meu Deus Gillespie, como você anda clichê! — Gargalhou. — Vem — disse me puxando —, deixe as malas ai que vou mostrar o meu cantinho.

Vendo tudo percebi que o apartamento era bem grande, a ideia de trazer pessoas e fazer uma festa parecia a coisa mais normal do mundo analisando o espaço. Como ela viveria num lugar grande assim sozinha?! Enquanto ela preparava o almoço na cozinha, fui até o seu quarto e organizei as malas. Aurora era igual a minha mãe, se eu deixasse tudo de qualquer jeito ouvis uma bronca até o fim da vida. Tirei de dentro de uma delas uma caixa de bombons e um vinho porque sabia que era o presente perfeito — além da minha presença,  claro.

Abrimos o vinho tinto pra tomarmos durante o almoço. Ela disse que o prato hoje será pasta, demorei um pouco pra entender que se tratava de massa. Aury era paixonada pela culinária italiana, então o vinho casou muito bem para a refeição.

— E a reunião com a equipe do filme, como foi? — Ela me encarou, mas não respondeu nada. — Você não comentou nada sobre isso.

— É porque eu realmente não quero falar sobre, estou um pouco exausta desse assunto. Você não vai ficar bravo se eu não quiser falar, não é?

— O quê? Claro que não, Aury! — Peguei em sua mão esquerda. — Quando você quiser falar, eu vou ouvir. Foi só para puxar assunto.

— Bem... E sua mãe, como está?