Capítulo 45 - 3ª parte

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Nota da autora: Oii gente, como vocês estão? Desculpa por não ter conseguido postar ontem a fanfic (estou no final do semestre e cheia de trabalhos pra fazer), então eu vou postar esse hoje e o segundo cap da semana no domingo. Contando com esse, chegamos aos 5 últimos capítulos da fanfic. Estão preparades para dizer tchau? Porque eu não. 😭😭 Boa leitura anjos 💜

Pov. Aurora

Depois que Charlie pediu um tempo, fiquei me questionando se era apenas uma desculpa para colocar um fim na nossa relação, mesmo entendendo o lado dele. Letícia disse que eu poderia não me lembrar, mas fiz a mesma coisa com Felipe na época em que namorávamos, porém as duas situações eram completamente diferentes. Não era justo comparar o meu relacionamento com Charlie com o do Felipe.

Quanto mais eu pensava nisso, mais perdida eu ficava. O mês de agosto passou tão lentamente quanto uma tartaruga atravessando uma rua. Tentei me manter forte por um tempo, mas comecei a perceber o quanto sentia falta de Charlie. Depois de um expediente estressante no café, a única coisa que queria fazer era chegar em casa e ligar para ele, desabafando tudo o que vivi naquele dia. E eu não podia fazer isso, porque ele me pediu um tempo e eu teria que respeitar.

Não sabia se ele se sentia da mesma forma que eu ou só estava tentando esquecer as coisas o mais rápido possível. Eu não sabia de mais nada. Kenny marcou a reunião para hoje, mas vi no grupo do elenco que Charlie não compareceria. Decidi não perguntar o porquê, mas tinha um leve pressentimento.

Pov. Charlie

— Ah, para de roubar! — Gritou Chris para Daniel na mesa de pingue-pongue.

— Eu não estou fazendo nada!!!

As frases curtas bastaram para se iniciar uma longa discussão. Greg me ligou semana passada perguntando se eu estaria livre hoje, sábado, já que eu estava na cidade. Pensei muito antes de aceitar pois não tinha certeza se queria sair de casa, estava meio cabisbaixo nos últimos dias e só conseguia pensar em Aurora. Ter vindo a casa de Greg me fez perceber que eu precisava mesmo era relaxar um pouco e não focar tanto nas minhas atuais preocupações.

Como se isso fosse possível.

— Charlie, você está me escutando? — murmurou Greg para mim. Voltei meus pensamentos para a conversa e o encarei atento. — Cara, você está bem?

— Só um pouco distraído, tenho muitos compromissos nos próximos dias.

— Mentiroso.

— Nossa, acha que estou mentindo para você? — Ele me olhou com seu olhar debochado, era óbvio que ele sabia. — Tudo bem, não ando muito bem.

— Eu sei que não. Desde o momento em que chegou não fez uma piada e não está pulando por aí.

Greg me puxou até o jardim dos fundos e fechou a porta da varanda, para que ninguém nos interrompesse. O clima estava agradável para ficarmos do lado de fora sem blusas de frio, mas as noites na cidade costumavam ficar mais frescas a partir de setembro. Encostamos na mureta, que dava visão para a casa vizinha.

— Aurora não quis vir com você hoje?

— Ela está em Vancouver, ocupada.

— Então, é por isso que está bravo?

Expliquei a situação resumidamente para Greg, que me escutou com total atenção — mesmo ainda ouvindo os berros de Chris dentro da casa. Assim como Owen, Greg ficou surpreso por eu ter saído correndo ao invés de ter conversado com Aurora, e nesse momento percebi que eu me arrependia profundamente de não ter encarado a situação porque, agora, tudo parecia mais difícil.

— E você pediu um tempo?!

— Sim, não consigo chegar a um consenso sobre a situação e isso está me matando por dentro. Não me entenda mal, Greg, eu amo Aurora, mas esses dias aqui em casa sozinho consegui pensar um pouco e...

— Não sabe se vai lutar para dar certo?

Fiquei em silêncio pensando na pergunta, enquanto encarava a grama verde tampada pela sombra que a árvore fazia na luz.

— Desde o começo meus sentimentos foram expostos, já os dela não, e eu entendo isso perfeitamente por causa do seu passado. Mas ela sempre ficou com um pé atrás em relação a nós e isso me atingia um pouco, até o momento de ela dizer "eu te amo" e eu não acreditar 100%. Depois que ela terminar o filme em dezembro, talvez ela volte para o Brasil. Talvez quando fui embora eu tenha adiantado sua partida...

— Medo.

— O quê?

— O que vocês dois sentem é medo. Eu com certeza não sou psicólogo, mas vejo muito o que vivi com Sarah em vocês dois. — Ele cruzou os braços antes de continuar. — Não foi fácil quando perdi meus pais e Sarah sabia disso, mas ela também sabia que eu não estava preparado para namorar. Parece bobeira falar isso, como se fosse algo super normal e rápido de se resolver, mas, quando você realmente gosta de uma pessoa e se vê na situação que tem que escolher entre deixá-la ir ou ficar com ela apesar da dor... Isso machuca, cara. — Senti uma lágrima solitária ser derramada em minha bochecha direita. A limpei rápido. — Você foi esperto de ter pedido um tempo para pensar em você, nos seus sentimentos, mas, se você realmente a ama, não espere muito.

— Greg eu a amo de verdade, não quero que isso soe como se eu estivesse a rejeitando.

— Pensar em si mesmo não é deixar o parceiro de lado; isso se chama amor próprio. O que você deveria fazer mesmo é ser sincero sobre suas dúvidas e receios, tentando descobrir se são os mesmos sentimentos dela. Conversar sempre ajuda.

— Obrigado, cara! — Dei uma leve batida em sei ombro, algo que o fez rir. — Eu só ando meio perdido. Muito perdido.

— Eu também me senti! E está tudo bem se sentir assim — sorriu. — Você sempre foi o garanhão do grupo, mas Aurora era especial desde o começo. Todos notamos isso. Depois da viagem em que quase perdemos você, percebi que esperei tempo demais para falar com Sarah, e depois que resolvemos nossas discussões e diferenças, tudo começou a fluir de novo. Começou a fluir como era antes.

— Vocês formam um lindo casal.

Greg observou Sarah dançando ridiculamente com as meninas em frente a TV. Um sorriso surgiu em seu rosto, quase inconsciente, até ele se tocar que não estava sozinho.

— Eu vou casar com ela — sussurrou, ainda a observando. — Escreva isso.

— Espero ser o padrinho.

Um dos padrinhos. Com certeza Chris vai querer ser também.

Peguei meu celular dentro do bolso da calça jeans preta e vi as mensagens no grupo do elenco de JATP. Comentavam sobre a reunião com Kenny e como estavam animados para embarcar para o Brasil. No meio das mensagens notei apenas uma que me chamou a atenção.

"Não vejo a hora de voltar para o meu país."

Prendi minha respiração ao ver a mensagem, sentindo meu corpo inteiro tremer internamente. O que eu mais temia ia acontecer e eu não sabia como consertar.

Ela iria embora de vez.

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