N í c o l a s G r e n t.
Suspirei assim que percebi que minha madrasta já estava ali na janela, abrindo-a. Era sempre assim. Ela queria dá uma de minha mãe sempre que podia.
Por mais que eu a considerasse como minha mãe, a verdadeira mulher que me deu a luz, morreu a alguns anos.— Acorda garoto. — Me balançou, só que eu não queria acordar. —Se você não acordar agora, você não poderá ser independente. Você tem meia-hora pra acordar ou vai perder a viagem para Rio de Janeiro. — Ela continuou a me sacudir, mas eu estava com tanta preguiça que nem abri os olhos.
— Então... vou diminui sua mesada! — Pulei da cama.
— Ah não, mãe! Deixa eu durmi em paz pelo amor de Deus! — Resmunguei e calcei os chinelos.
— Suas coisas já estão arrumadas e seu pai irá te levar até lá. — Saiu e me deixou sozinho. Bufei e fui para o banheiro tomar um banho.
Fiquei pensando. Márcia era uma mulher mesmo muito legal, porque eu não tinha arrumado nenhuma bolsa daquelas. E nem pretendia arrumar.
Assim que sai, vi uma roupa em cima da cama e supus que seria a minha. Vesti ela e penteei os cabelos, não deixando de ajeitar a franjinha que insistia em cair para o lado.
Peguei as malas e com muito esforço, desci com todas para a sala. Meu pai estava lá, com sua carranca de sempre. Nem parecia que demonstra está feliz com a Márcia.— Que bom que você já está acordado! — sorriu totalmente fraco. — Pegue a vasilha que está com o lanche que sua mãe preparou para você e vamos! — Dei as costas, caminhando até a porta. Dei um olhar para Márcia e ela deu um sorriso. Um sorriso de quem dizia que ele não fazia por querer.
— Ele só quer o seu bem! — Fiz que sim com a cabeça e fui até a cozinha. Peguei a vasilha, que por sinal estava bastante cheia.
Neguei com a cabeça e avancei para a porta.
— Cuidado na nova cidade. Não confie em pessoas que você não conhece. — Assenti. — Me ligue quando chegar e contrate uma pessoa para limpar sua casa. Procure um serviço, mas ainda assim, vamos mandar sua mesada. Tome cuidado meu filho. — Deixou um beijo no topo da minha cabeça e acenou para mim assim que eu entrei no carro do meu pai.
Coloquei as malas no bagageiro e meu pai deu partida, deixando para trás a minha mãe, meus amigos que eu nem sequer vi, minhas coisas e minhas decisões.
Mas até que seria divertido morar em outro lugar, afinal, eu já era maior de idade.
Enquanto não chegávamos, eu prestava atenção na minha antiga cidade.São Paulo era ainda bonita de manhã. As pessoas andando calmamente, outras esperando táxis. Tudo muito lindo. Até que eu ia senti falta dessa cidade.
Provavelmente a viagem para o Rio de Janeiro duraria horas, então, nada que dormi um pouco já que minha mãe havia me acordado cedo. Encostei a cabeça no vidro do carro e fechei os olhos.[...]
Quando acordei, olhei no relógio do meu pulso e vi que já era três horas da tarde.
Minha barriga roncou e eu olhei para o meu pai que ainda estava dirigindo. Só que agora já estávamos perto.
De longe podia ver o Cristo Redentor com seus braços abertos. Liguei o celular e coloquei os fones de ouvido. A primeira música que tocou foi uma da Billie Eilish.
O carro parou em frente á um apartamento bem... diferente. Seu tamanho era bom, mas podia ver que era bastante aconchegante. Sai do carro e peguei as malas que trouxe e meu pai pegou as outras.— Seu apartamento é o de número 34°. — Meu pai disse e eu concordei.
Subimos uma escada ENORME e paramos no portão do síndico. Eu teria que conviver com uma pessoa chata, que quer mandar em tudo e ainda por cima, tem um gato NOJENTO me olhando. Eu odeio gato!
— Boa tarde. Este é o meu filho Nícolas e nós agendamos o lugar para ele...— O homem nem deixou meu pai terminar de falar.
— Sim sim, claro. Podem pegar o elevador e entram na porta do quarto número 34°. Ao lado da garota ruiva. — Não pude deixar de rir nervoso, por que ele disse "Garota ruiva."
— Ok, senhor síndico. — Meu pai olhou para mim e novamente nós pegamos as malas para pegarmos o elevador.
Quase levanto as mãos para os céus quando entramos no elevador. Nós não estávamos sozinhos. Tinha uma GAROTA ruiva com um monte de sacolas. A mesma nos viu e sorri timidamente. Observei melhor a ela voltou a olhar para a porta do elevador.
Até que aquele condomínio ia me diverti mais do que eu imaginava.
Mas como tudo não dura muito, o elevador abriu no instante em que eu ia dá uma olhada no seu rosto. Ela saiu, meu pai e eu. Fiquei surpreso quando vi a garota entrar no condomínio da porta ao meu lado.— Pronto, está entregue! — Suspirei. — Não faça nada que eu não faria. — Pela primeira vez depois que minha mãe morreu, vi meu pai me dando um sorriso. Ele se inclinou para frente e meu deu um beijo no topo da cabeça. Sorri para ele e acenei quando ele saiu.
Enfim, a paz! Meu apartamento não era muito chique, mas pelo menos era aconchegante e bom para mim morar daqui para a frente.
As paredes do condomínio estavam meio foscas, então precisaria de um pintor urgente, mas como eu sabia desenhar, só bastava pegar alguns sprays e depois eu veria aquilo.
Havia uma televisão na parede, dois sofás de cor cinza, uma mesa com uma bola de cristal em cima. Pelo menos ali era chique. A cozinha era alegre e formal.Havia uma pia muito improvisada, um armário cheio de talheres, pratos e copos. Um balcão de cerâmica na cor branca ficava disposto no meio da cozinha, e mais algumas coisas que eu não dei muita atenção.
Subi para o quarto, só levando comigo uma mala. Não estava afim de levar todas elas. Quando cheguei, vi duas portas.
Supus que teria dois quartos. Entrei no primeiro e contemplei a visão.O quarto era pintado na cor branca. Uma enorme cama de casal estava lá. Uma escrivaninha, um closet menor do que eu tinha, um enorme espelho na parede, duas cadeiras estavam ali na escrivaninha.
Fui até as cortinas da janela e as abri. Percebi que tinha outra janela ao lado da minha. Olhei confuso.****
Seguinte...
" Mudar, mudar, mudar, pra te encontrar vida.
Preciso mudar minha mente, meus pensamentos, minha vida... tudo por você."
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A GAROTA DA JANELA
Teen FictionNicolas Grent, um garoto determinado que logo após atingir a maioridade, decide sair de casa a procurar de realizar o seu sonho. Ele sem muitas expectativas, apenas ele e ele mesmo. Logo após ter a chance de trabalhar em um dos estúdios de pinturas...