Capítulo 37 - Questionamentos

778 85 5
                                    

Mattia e eu permanecemos em silêncio ao lado um do outro por alguns instantes. Eu estou deitada de lado e de costas para Mattia, até que eu sinto a mão dele tocar em minhas costas. 

- Você conseguiu essa cicatriz devido alguma luta corporal na máfia? – Ouço Mattia me perguntar. 

- Sim...

- Pela cicatriz, arrisco dizer que foi uma faca.

- Errou, foi um canivete. 

- Foi uma luta com algum membro da máfia rival?

- Sim. Eu estava em um piquenique quando dois homens chegaram e começaram a nos agredir. Depois daquele dia, nunca mais pisei fora de casa sem carregar uma arma comigo. 

- Você disse "nos agredir", quem estava com você naquele dia e que também foi agredido?

- Já faz 8 anos que isso aconteceu, não tem o porque falarmos sobre isso.

- Por que não?

- Porque eu não quero e não gosto, Mattia. Por favor, vamos mudar de assunto. 

- Tudo bem... Fica calma... – Mattia me puxa, fazendo com que eu fique de frente para ele e então ele me envolve em seus braços. – Eu só queria saber um pouco sobre o seu passado, afinal, não sei nada sobre ele. 

- Não tem nada que valha a pena mencionar. – Falo enquanto me aconchego e coloco meu braço direito sobre o peito dele. 

- É a sua história de vida, te tornou quem você é hoje. Com certeza tem muitas coisas que valem a pena ser mencionadas, como, por exemplo, a história dessa tatuagem aqui. – Mattia ergue meu braço direito. – Faz quantos anos que você tatuou isso? 

- 11 anos. – Respondo e tiro meu braço da mão dele. 

- Só tem metade da frase, o início dela está faltando... 

- Mattia... Por favor... – Tento me levantar, mas Mattia me abraça com força, apoiado novamente minha cabeça contra o peito dele. 

- Tudo bem, já que você não gosta, eu não falo e não pergunto mais sobre o seu passado. – Ele dá um beijo em minha testa. 

Nisso, ouço o som de uma notificação vindo do meu celular e eu me viro para o criado mundo, pego o aparelho e leio a seguinte mensagem:

(???): Tenha uma boa noite, assassina. Desejo lindos sonhos com o seu pai, o lúcifer. 

Largo meu celular e volto para perto de Mattia que nos cobre com o lençol e um cobertor. 

- Era o homem sem rosto me desejando boa noite. – Comento. – Temos que pesquisar mais sobre o passado e presente da Hannah. Quero que você continue acessando o celular dela e analisando todas as conversas atuais, para identificar se ela está tendo conversas suspeitas ou não. 

- Pode deixar. Também tenho fortes desconfianças de que a Hannah esteja envolvida nessa história de homem sem rosto.

Após isso, permanecemos em silêncio por algum tempo e em seguida, percebo que Mattia pegou no sono. 

Nisso, eu me afasto dele e pego meu celular e vejo que são 00:45. Olho para a data. Meus olhos permanecem fixados no dia e no mês de hoje por alguns instantes. 

Levanto da cama, visto meu robe e vou até a cozinha e pego uma taça de vinho. Logo após, vou até a varanda e enquanto bebo a taça de vinho fico a sós com os meus pensamentos por um longo tempo.

Poderosa chefonaOnde histórias criam vida. Descubra agora