Capítulo 43 - Fim do "homem" sem rosto

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Depois de ficarmos por algum tempo deitados, eu me levanto e vou tomar um banho. Após tomá-lo, fico por alguns instantes olhando o meu reflexo no espelho até que meus olhos se fixam no colar que estou usando. Pego-o e fico olhando para aquele pequeno objeto e involuntariamente meus pensamentos vão até a pessoa que está usando a combinação dele... Novamente me pego pensando no momento em que ele me deu esse presente e se declarou para mim, principalmente na hora em que eu não o correspondi e o dispensei. Aquela cena de encontrar Mattia na sala com os olhos vermelhos por ter chorado não sai da minha cabeça. Jogo uma água gelada em meu rosto na tentativa de afastar esses pensamentos da minha mente. 

Logo após, me enrolo na toalha e vou até o meu quarto me vestir. Em seguida, saio do quarto e caminho pela casa na procura de Dan e o encontro vestindo apenas uma bermuda na cozinha preparando o jantar.

- Quer ajuda? – Falo me aproximando de Dan. 

- Não precisa, obrigado. – Ele sorri.

- Mas como você não é um homem de palavra, vou ajudá-lo, pois presumo que você precisa de ajuda. – Pego uma faca e vejo Dan me olhar confuso. 

- Eu não sou um homem de palavra?

- Não. – Sorrio e ele para em minha frente. – Você disse que iria resistir a mim, mesmo se eu quisesse transar com você e olha só o que aconteceu. 

- Você sabe que seria impossível resistir a uma gostosa como você. – Sinto a mão dele passar e pegar na minha bunda. – Além do mais, você sempre me provocou porque no fundo, você também queria. 

- Você tem razão. – Deslizo minha mão no peitoral dele. – E tenho que admitir também que você é muito gostoso. 

- Eu falei que você não fazia ideia do que estava perdendo. – Ele sorri. 

Nesse instante, me afasto de Dan e ele volta a preparar o jantar e eu ajudo-o. Quando o mesmo fica pronto, nós jantamos e em seguida ficamos conversando por algumas horas sobre diversos assuntos até o momento em que decidimos ir dormir. 

No dia seguinte, quando faltava pouco para começar a anoitecer, eu fui até o meu quarto, vesti uma roupa discreta, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e, por fim, escondi um revólver na minha cintura. 

Saio devagar do quarto e ouço o som do chuveiro ligado. Paro na porta do banheiro. 

- Dan? – Falo em um tom alto. 

- O que?

- Vou ficar no meu quarto descansando um pouco agora. 

- Tá bom. 

Vou até a porta do quarto, tranco-a e guardo a chave no meu bolso. 

Em seguida, saio de casa e olho para a parede da casa e vejo que já está tudo certo para que quando eu voltar, eu consiga entrar na casa pela janela do meu quarto e, desse modo, Dan não perceba que eu saí de casa. 

Vou caminhando em meio a becos, ruas pouquíssimas movimentadas e me escondendo atrás de árvores e entre prédios até chegar próximo ao hotel e me escondo atrás de uma enorme árvore que está localizada na entrada da floresta. Fico observando a rua atentamente, esperando minha vítima aparecer. 

Já está anoitecendo, a escuridão está começando a tomar conta das ruas e eu não sei exatamente por quantos minutos fiquei esperando, mas sorrio ao perceber que valeu a pena, pois vi minha vítima surgir na rua, sozinha, vindo em minha direção e caminhando rapidamente para se exercitar. 

Observo a rua uma última vez e sorrio ainda mais ao perceber que, nesse momento, está deserta. Me posiciono atrás da árvore, já em posição de ataque e, no exato momento em que ela passa por mim, eu rapidamente com uma mão agarro-a pelos cabelos e a outra coloco em sua boca abafando um grito. Nisso, eu falo próximo de seu ouvido:

Poderosa chefonaOnde histórias criam vida. Descubra agora