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ANTES DE TUDO.

» Capítulos sem dia fixo para serem postados. Solto conforme vocês comentam, então quanto mais comentários, mais capítulos eu solto.

» Konai não é famoso no início da história e também não é baseada na vida dele. Alguns capítulos vão ter referências, principalmente com relação as músicas, mas o foco não é a carreira dele. Isso pode ocorrer no final do livro, mas não será o objetivo principal a ser contado.

» Conteúdo explicito [+18], citação sobre remédios de indicação médica, abordagem sobre temas como suicídio, bullying e depressão.

» Livro de cunho totalmente fictício, não recomendado para pessoas sensíveis aos temas citados a cima.

» A história não tem por objetivo incentivar ninguém a cometer qualquer ato contra sua vida, integridade física e/ou mental.

» Caso esteja passando por algum problema ou precise conversar:
Ligue 188
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PERSONAGENS

PERSONAGENS

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•••

— Volto em uma hora.
— Eu realmente preciso ir, mãe? - Olho pra ela.
— Óbvio João, nós já conversamos sobre isso.
— Mas agora eu tô bem, juro.
— Não tem conversa, anda, vai - Diz passando a mão devagar no meu rosto - Eu te amo e é pelo seu bem, só quero o melhor pra sua vida.
— E me obrigar a passar por uma psiquiatra faz parte dessa sua idéia de melhor pra mim? Um terapeuta não tava bom?
— Não e você sabe que não. Por favor meu filho, só tenta.

Ela me encara como se estivesse me implorando pra ir, então suspirei fundo e desci do carro, indo em direção ao consultório. Entrei no lugar e havia um único cara, com cara de louco sentado na sala de espera eu tive certeza que aquilo era maluquice, não era pra eu estar ali.
Falei meu nome pra recepcionista e ela me pediu pra sentar e aguardar, então assim eu fiz.
Meus pais não achavam que eu tinha um comportamento normal, achavam que eu me isolava demais e evitava qualquer coisa que me tirava da minha zona de conforto, o que não era mentira, mas de acordo com eles aquilo poderia me levar a algum tipo de surto e um provável suicídio. Como se conversar com alguém, pudesse evitar isso.
A porta do consultório foi aberta e me tirou desses pensamentos, então comecei a encarar a parede a minha frente, já que nem o celular minha mãe tinha me deixado trazer. Depois de poucos minutos, o assento ao meu lado afundou e notei que uma garota tinha sentado ali e eu só pensei que haviam outras três poltronas mais um sofá de dois lugares vagos e ela sentou comigo porque?

— Décima segunda consulta e o quadro continua torto - Ela diz - Como eles não notam?
— Oi? - Olho pra ela.
— O quadro - Me olha e em seguida olha pra parede na nossa frente - Tá super torto.
— Não tá não - Digo olhando.
— Sim, ele tá.
— Então tudo bem - Digo por fim.
— Você não tá vendo, né?
— Não - Rimos.
— Olha, vou te mostrar.

Ela se levanta e caminha até a parede, então para de frente pro quadro e abre os braços. Olhei por alguns segundos confuso, porque realmente não estava vendo nada, mas então ela inclina um dos braços, na verdade pouca coisa e então eu consigo ver. Realmente, estava torto.

— Viu? - Sorri.
— Vi - Digo fazendo que sim com a cabeça e ela parece se dar por satisfeita.
— Eu adoro esse quadro, esse tom de azul é lindo e ele me traz um sensação boa - Diz se sentando - Mas ele torto assim, me incomoda.
— Mas nem tá tão torto - Digo olhando pro quadro novamente.
— Tá sim.
— E você já pensou em falar com a moça da recepção sobre isso?
— Ela não gosta de mim - Fala naturalmente - Me acha maluca.
— Mas você não é? - A encaro.
— Não, não sou.
— E tá aqui porque então? - Ri.
— Meu pai me obriga, ou é isso ou conversar com ele, então digamos que eu não tenho escolha, né? - Sorri falso - Mas e você, porque tá aqui, maluco?
— Eu? Bom, meus pais acham que tenho um comportamento suicida.
— E você tem?
— Não.
— Mas parece que tem - Diz cruzando as pernas e encara o próprio tênis - Você me deixa triste.
— Desculpa, não é a minha intenção - Digo num tom irônico.
— Não disse que isso era ruim - Me olha nos olhos - Tristeza, às vezes, faz bem - Sorri.
— Meus pais não pensam assim.
— Então eles são malucos. Na real, acho que os todos os pais do mundo são meio malucos, parece que eles se esqueceram como era a adolescência, eles não conseguem abrir a mente pras nossas vontades e...
— Não se esforçam pra nos entender - Completo a frase e ela sorri - Eu conheço isso, tá escrito na parte de trás de um banco do ônibus ...
— Que para na praça, eu sei - Diz - Eu escrevi.
— Sério?
— Sim, eu pego aquele ônibus todos os dias.
— Eu também - Digo - E sempre sento no mesmo banco, por isso eu sei a frase. Já refleti muitas vezes sobre ela.
— Isso é bom - Ri - Com quem é a sua consulta?
— Doutora Vivian.
— Sonsa - Fala com desdém e eu ri - Aquela mulher que precisa de psiquiatra.
— Você também consulta com ela?
— Não, o meu é o Doutor Roger, digamos que Vivian e eu não nos demos bem.
— Se antes eu já não tava com vontade de estar aqui, agora eu tô muito menos.
— É sua primeira consulta?
— Com psiquiatra sim, mas já estive com psicólogos e terapeutas... Sem sucesso, mas quem sabe agora não dá certo, né?
— É, pode ser, vou torcer por você.
— Valeu - Digo.

Uma porta se abre e revela um homem de mais ou menos 40 anos, de óculos com cara de idiota. A garota se mexe na cadeira, indicando um desconforto e então ele sorri pra nós.

— Vamos lá? - Fala.
— Não tenho escolha - Diz se levantando e me olha - Foi um prazer te conhecer.
— O prazer foi meu - Sorrio pra ela.
— Vamos lá, Rogerzinho, meu amigo - Se vira em direção a sala.
— Sempre sarcástica, não é? - Ele diz rindo.
— Esse é o meu charme, meu caro.

[ ... ]

𝙖𝙣𝙩𝙚𝙨 𝙙𝙤 𝙩𝙚𝙢𝙥𝙤 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖𝙧 ⏳ • konaiOnde histórias criam vida. Descubra agora