cinquenta e três

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Duas semanas depois.

— Não quero ir - Fala manhosa enquanto me abraça.
— Eu não quero que você vá - Faço carinho nas costas dela - Mas vai passar rápido.
— Não vai - Fala com a voz falha.
— Vai sim - Faço ela me olhar - Eu vou te ligar toda noite, prometo.
— Mas eu quero falar com você o dia todo.
— Então eu te ligo quando acordar e só desligo quando for dormir - Digo e ela sorri - Assim cê fica muito mais linda.
— Não é pra tomar sorvete sem mim, tá?
— Tá bom - Ri - Mas agora você precisa entrar no carro, seu pai tá quase fritando a gente aqui com o olhar.
— Tá bom - Suspira e olha nos meus olhos - Por favor, não faça nenhuma loucura.
— Eu não vou fazer. E você também, eu sei exatamente quantas cicatrizes você tem no braço - Digo e ela ri - Eu te amo.
— Também te amo, muito e pra sempre.
— Eu amo ouvir você dizer isso - Digo com a boca colada na dela - Agora vai.
— Tá, tá bom - Reclama - Se cuida, tá? Te amo meu pancadinha.
— Eu também te amo - Sorrio - E vai mandando mensagem quando puder.
— Eu mando - Sorri.

Demos um selinho bem demorado e então dei alguns beijos no pescoço dela, o que a fez suspirar e eu ri. Ela revirou os olhos de frustração e então entrou no carro. O pai dela deu partida e então buzinou pra mim antes de sair pela rua.
Eles estavam indo passar uma semana em Brasília, o pai dela tinha um congresso importante e ele obviamente não quis deixar ela sozinha e mesmo com a minha mãe oferecendo e se comprometendo a ficar "de olho" na gente, ele não deixou ela ficar.
Subi na bicicleta e quando estava prestes a sair, meu celular vibrou indicando uma mensagem.

everthing 🦋🖤

por favor,
se cuida.
eu te amo 💜

não se preocupa,
vou estar te esperando
não vejo a hora de você voltar
boa viagem
te amo muito 🖤

•••

— Cheguei - Digo entrando em casa.
— Ela já foi? - Minha mãe pergunta.
— Foi - Me jogo ao lado dela no sofá.
— Passa rápido, você vai ver - Tenta me animar - Porque você não aproveita pra planejar alguma coisa pra volta dela?
— Tipo o que?
— Um jantar romântico - Diz e eu reviro os olhos - Garotas gostam disso, João Vitor.
— Ela não, ela não gosta de nada disso - Digo rindo - Nem de flor ela gosta, mãe.
— Não?
— Não - Digo rindo - Fala que flor é coisa de morto.
— Violetta é meio maluquinha mesmo - Rimos.
— Ela é completamente maluca - Me levanto - Mas talvez eu faça uma música nova pra ela.
— E você nunca vai cantar uma dessas músicas pra eu ouvir?
— Não, não são pra você - Falo e ela ri, então mando um beijo no ar e sigo em direção as escadas.
— Posso te falar uma coisa?
— Pode - Paro e olho pra ela.
Você tá na melhor fase da sua vida, até hoje - Sorri - Eu quero te ver assim, feliz, pra sempre.
— Pra sempre é tempo demais.
— Não é, você só precisa querer que dure pra sempre.
— E se eu quiser e mesmo assim não durar?
Então significa que nunca foi algo que poderia durar. Se acabar, é porque já tava certo de que isso ia acontecer.
— Tá parecendo a Violetta com essas coisas de destino - Dou risada - Vocês são estranhas.

Minha mãe dá um meio sorriso, então subo as escadas em direção ao quarto, na intenção de começar a escrever uma música nova.

[ ... ]

𝙖𝙣𝙩𝙚𝙨 𝙙𝙤 𝙩𝙚𝙢𝙥𝙤 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖𝙧 ⏳ • konaiOnde histórias criam vida. Descubra agora