cinquenta e cinco

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— Oi meu pancadinha - Sorri ao atender a chamada.
— Oi, Dory maluquinha - Rimos - Tudo bem?
— Bem, e você?
— Tô bem - Sorrio.
— O que você tá fazendo? - Pergunta enquanto a vejo deitar na cama.
— Estudando - Mostro o caderno - Tenho prova amanhã.
— E me ligou porquê então? Vai estudar - Ri.
— Gosto de sentir você me olhando - Falo e ela sorri.
— Vou morrer de amor - Coloca a mão sob o coração fazendo drama.
— Boba - Sorrio.

Voltei minha atenção para o caderno, mas na verdade eu estava escrevendo mais uma música pra ela. Talvez fosse a mais especial, porque eu queria pensar em algo especial junto, pro dia em que ela voltasse.
A minha maior inspiração era ela, então liguei só pra ficar olhando enquanto as idéias vinham na mente.
Ela apoiou o celular em algo e observei ela deitar na cama e erguer os braços e mexer nas próprias mãos, o que me fez rir.

— Só tu me fazes sentir que todo o mal vem por bem. Paixão, paixão, paixão, daqui até ao meu caixão - Fala como se estivesse fazendo uma citação - Só tu me dás solo quando o mundo me tira o chão. Quando o mundo me tira o chão, quando o mundo me tira o teto. O melhor lugar para me abrigar é onde mora o teu afeto.
— O que é isso?
— Uma música - Se vira de lado pra me olhar - Vou te mandar depois. Me lembra você.
— Espero que seja bonita.
— Só não tão quanto as suas - Diz me fazendo sorrir involuntariamente.
— Saudade de você, minha Dory maluquinha.
— Já te falei pra não me chamar assim - Ri.
— Eu disse pra você não me fazer assistir aquele filme.
— Procurando Nemo, onde é que ele está? Eu quero saber como chegar lá - Repete a frase me fazendo rir alto.
— Tá vendo? Você é a Dory.
— Não, não sou - Ri - Aí tá calor?
— Pra caralho, e aí?
— Também, queria ir na piscina, olha como é linda.

Ela pegou o celular e foi até a sacada. Agradeci mentalmente por ver uma grade protetora ali, não que eu achasse que ela fosse fazer alguma coisa, mas me confortava saber que ela estava bem segura. Ela posicionou o celular de uma forma que eu conseguisse ver a piscina do hotel e então voltou a câmera pra ela.

— Parece grande - Digo rindo - Porque você não vai?
— Sozinha? Nem pensar - Se joga na cama - Eu não sei nadar.
— Fica no raso.
— E qual a graça? - Ri - Quando eu voltar, nós vamos no parque aquático.
— Tá bom.
— Desculpa, tô atrapalhando você a estudar. Vou ficar quietinha.
— Não se preocupa com isso, não me atrapalha.
— Mesmo assim, vou ficar quietinha.

Apenas ri, sabendo que ela não aguentaria por muito tempo. E dito e feito. Ela se levantou e seguiu com o celular pelo quarto, entrando em algum lugar e fechando a porta. Depois de alguns segundos, entendi que ela estava no banheiro.

— O que cê tá fazendo? - Pergunto rindo.
— Vou tomar banho - Sai do meu campo de visão, o celular provavelmente estava em cima da pia e agora eu só via a porta.
— E eu vou ficar aqui?
— Não tem como você estar aqui, então ... - Ri.
— É, tá bom - Dou de ombros.

Volto minha atenção pro caderno e após alguns segundos, ouvi o chuveiro ligar. E aí toda minha concentração foi ralo a baixo.
Eu comecei a imaginar como ela estava, a forma com que passava a mão pelo corpo e um calor tomou conta de mim.
Encarei o caderno mas só conseguia pensar em todas as vezes que a gente tinha transado e como aquilo era bom. Era muito mais que sexo e por mais clichê que soasse, na minha mente, era uma troca de energia entre nós dois que, pra mim, não tinha melhor.

— E eu te deixo queimar em mim e não tem água que apague o nosso fogo, já tô sonhando com o calor de um reencontro - Canto.
— Que? - Ouço ela perguntar.
— Nada não - Digo rindo - Tô lendo a matéria da prova em voz alta.

Depois de conseguir pensar nesse trecho, tudo fluiu. Pensava nela, em nós dois e no quanto eu estava desejando ela, no quanto queria ela de volta ali, comigo, na minha cama.
Senti meu pau latejar dentro da calça então deixei o celular ali e fui pro banheiro me aliviar. Depois disso, tomei um banho e então voltei pro quarto.

— Oi - Dito me sentando na cadeira da escrivaninha.
— Idiota, achei que cê tava desmaiado aí no chão, sei lá - Vejo ela limpar as lágrimas - Porque não avisa?
— Desculpa - Ri - Foi uma ... emergência.
— Tá tudo bem? - Me olha preocupada.
— Agora sim - Sorrio.
— Você ainda vai estudar muito? - Pergunta receosa.
— Não, porque? - Me levanto - Acabei já.
— Vamo assistir um filme? - Pede manhosa.
— Vamos - Ri enquanto deito na minha cama - Qual?
— Pode escolher - Sorri.
— Você me daria a honra de escolher o filme?
— Se perguntar de novo, não - Rimos.

Escolhi um filme e como já fizemos algumas vezes, soltamos juntos. Um sempre ficava mais adiantado que o outro por alguns segundos e a gente sempre ria disso. E eram coisas simples como essas que eu amava viver com ela.

[ ... ]

𝙖𝙣𝙩𝙚𝙨 𝙙𝙤 𝙩𝙚𝙢𝙥𝙤 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖𝙧 ⏳ • konaiOnde histórias criam vida. Descubra agora