↬ Semana seguinte↫
Retornar para a normatividade da escola havia sido como no primeiro dia de aula; uma manhã de clima frio e agradável, devido as nuvens escuras que ameaçavam chover a qualquer momento, os olhares curiosos sobre sí e os cochichos pelos cantos diante de uma nova novidade.
Outrora Kirishima não teria se importado em ser o assunto dos grupinhos das garotas, assim como havia sido no primeiro dia em que chegou na UA; não teria se importado com os olhares curiosos a seu respeito e muito menos com os olhares de surpresa sendo direcionados em sua direção. Realmente não teria, se o motivo de todo aquele falatório não estivesse em seu encalço, com o braço em volta de seu pescoço e andando totalmente despreocupado ao seu lado.
Durante o fim de semana, através de uma chamada de vídeo feita pelo celular de Shinsou, e apenas por Kirishima apresentar uma melhora, Sero havia lhes informado sobre os últimos acontecimentos desde o intercolegial; em como toda a escola não falava sobre outra coisa, a não ser sobre o beijo entre Kirishima e Bakugo que foi dado na frente de praticamente da escola toda. Sobre como as garotas estavam curiosas — e irritadas — desejando por saber o que aquele garoto raposa poderia ter feito para ter fisgado o tão desejado capitão do time de basquete, aquele famigerado "O que ele tem que eu não tenho?" . Fora alguns outros boatos estranhos que começaram a circular entre os alunos devido a ausência dos garotos naquela última semana, como Kirishima e Bakugo terem fugido para viverem seu romance longe de tudo e de todos. E Sero havia precisado de um tempo para se recompor, ao que começou a gargalhar das reações dos amigos ao contar tal parte.
Uma coisa era estar ciente do que estava acontecendo e outra era estar preparado para lidar com aquilo. E por quê diabos sua vida amorosa tinha que ser a porra do assunto do momento?
Kirishima bufou, grunhiu e rosnou incomodado; olhando de soslaio para alguns garotos, que não muito longe de sí, o encaravam e nem mesmo disfarçavam que estavam rindo.
Quais eram as chances de ser expulso da UA, caso entrasse em uma possível briga?
— Ignora eles, amor. Logo eles esquecem disso. — disse Bakugo, com seu tom despreocupado, sorrindo divertido ao que batia de leve o indicador contra a bochecha do ruivo.
E se sua intenção era deixar Kirishima relaxado, o efeito havia sido totalmente oposto
Kirishima se limitou a apenas revirar os olhos e grunhiu outra vez; focando em olhar à sua frente para não cair com a cara no chão, visto que Bakugo estava quase subindo em seus ombros para se escorar. E por mais que sua parte humana e racional não estivesse gostando de ter toda aquela atenção, por outro lado sua parte raposa estava mais que eufórica; fazendo uma sensação satisfatória se instalar em seu peito por todos estarem cientes de que Bakugo era seu e lhe pertencia.
Raposa idiota.
Kirishima inspirou fundo, tentando ignorar a todos da melhor forma que conseguia, contendo seus rosnados na medida que adentravam a escola pelo corredor. Poderia aguentar aquilo, era só virar o próximo corredor e chegaria em sua sala.
— Bakugo-kun? — ambos os garotos se viraram ao ouvirem a voz exasperada da garota que chamou pelo lobo. Tendo tempo o suficiente para afastarem seus corpos ao que Uraraka simplesmente se jogou nos braços de Bakugo, o abraçando como se fossem velhos amantes que não se viam a anos. — O quê houve com você? Fiquei tão preocupada! — dizia a garota, encarando o lobo com seus olhos grandes e castanhos marejados.
Aparentemente aquele dia seria um daqueles.
Não que Kirishima estivesse irritado por alguém estar preocupado com Bakugo; por quererem saber o motivo que levou aquele lobo a faltar uma semana inteira na escola, e logo após uma vitoria sem igual nos jogos do intercolegial. Kirishima não seria tão egoísta e babaca a ponto de se incomodar com algo como aquilo. Seu problema com Uraraka era exatamente outro.
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The Love We Share - Livro 1
FanfictionEm um mundo onde híbridos de Lobos e Raposas coexistem, rodeados de preconceito e demarcação de territórios. As leis foram alteradas, mas nem tudo é como deveria ser.