The Love We Share - Livro 1

12 - Sempre será você

⚠️⚠️:  possível gatilho (?)
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Aquela sensação de nervosismo misturada com ansiedade era algo totalmente novo para alguém como Shinsou; o garoto que tinha a confiança de que tudo daria certo se seguisse como o planejado – como ocasionalmente era com o basquete- no momento tinha seu estômago se revirando, como se alguma coisa desse cambalhotas dentro de sí, e em sua mente a voz de Kirishima lhe dizia:

"Não é como se eu o conhecesse muito bem para saber do que ele gosta, então apenas façam algo divertido e seja você mesmo para não bancar o idiota depois" ele disse enquanto voltavam para a UA

Shinsou corria pela calçada devido ao seu atraso do horário combinado, com sua mochila desgastada batendo em suas costas devido aos movimentos que fazia, sentindo o vento lhe acariciar no rosto e bagunçar seus cabelos ainda úmidos; estava ansioso para encontrá-lo, tanto que após trocar algumas mensagens com Sero lhe perguntando se poderiam se encontrar pela tarde, e eventualmente de uma maneira fácil até de mais, conseguir pegar emprestado a gravação do amistoso contra a Rakuzan daquela manhã, Shinsou foi para casa — ou melhor, para a casa dos Bakugo's — e tomou um banho rápido, colocando uma blusa preta listrada, a costumeira calça jeans preta e o velho all star; um conjunto simples e confortável para aproveitar o dia. Separou algumas coisas ao qual iria precisar, como uma toalha, notebook e o que sobrara de sua mesada que Masaru insistia em lhe dar.

Não que fosse um problema para qualquer um deles, Masaru trabalhava em uma grande e renomada empresa de contabilidade, e Shinsou sabia que o pai de seu amigo fazia trabalhos por de baixo dos panos, para pessoas cujo nomes eram proibidos de serem citados dentro de casa, e que ele recebia um extra da própria empresa por ter aceitado esse tipo de serviço. E Mitsuki era sócia de nada menos que a grande Darrot, um ateliê de grife, e estava sempre viajando em eventos de moda. Ou seja, os Bakugo's eram bem de vida.

As contas básicas da casa onde a própria mãe morava era de responsabilidade de seu tio, irmão de sua mãe, que morava em uma fazenda e vinha visitar apenas quando era necessário ou quando as coisas ficavam complicadas, o que era bom para Shinsou. O garoto que voltava para sua própria casa apenas quando sentia que deveria voltar, não precisava carregar mais esse tipo de peso; poderia guardar metade do dinheiro que ganhava de Masaru para uma emergência, e utilizar do restante para momentos como esse.

Um sorriso se abriu no rosto de Shinsou quando o mesmo chegou no parque de lazer onde haviam combinado de se encontrarem ainda no início daquela tarde, e mesmo de longe, avistou o motivo de sua ansiedade, sentado em um banco de madeira sem encosto na sombra de uma árvore — o que parecia deixar sua pelagem ainda mais escura — olhando em direção ao parquinho onde algumas crianças brincavam com suas mães, estava Sero, com uma roupa simples composta por uma camisa laranja clara e jeans que apenas o deixava mais bonito. Shinsou parou de correr, e mesmo que estivesse acostumado ao exercício e não tivesse corrido muito, seu coração batia rápido e forte contra o peito, e lhe dava a sensação de que suas costelas iriam se romper a qualquer momento.

Shinsou inspirou fundo, e como um gato sorrateiro, se aproximou por trás, tampando ambos os olhos de Sero com as mãos.

— Adivinha quem é. — sussurrou contra a orelha de pelagem negra, mordendo a ponta da mesma com delicadeza.

— Talvez o Mitchel Cave? — perguntou Sero, com um tom divertido na voz.

— Poxa Han, sou eu. — disse Shinsou, retirando suas mãos e as deixando que caíssem em volta do pescoço de Sero. Seus dedos tocavam na barra da camisa laranjada, e apoiando o queixo em seu ombro, o olhou com um bico nos lábios.