[Algumas horas antes]
— Malditos desgraçados!
O rosnado de um homem irritado reverberou adentro daquele não tão pequeno escritório, seguido de um soco contra a porta, que fora fechada com brusquidão; bloqueando as vozes alteradas daqueles que exigiam por uma resposta, e ficando quase que em uma completa escuridão, ao finalmente conseguir bloquear todos aqueles flashs de câmeras, que o perseguiam desde os últimos acontecimentos.
Chun Nemoto estava cansado e igualmente irritado.
Não tendo nem mesmo um descanso para passar pelo processo de luto do próprio filho.Mas a culpa não era dos malditos desgraçados da mídia, que não o deixavam em paz e o cercavam sempre que conseguiam para enchê-lo de perguntas. A culpa era unicamente daquele que expôs toda aquela situação de merda, ferrando com seus negócios e jogando seu nome na lama.
Nemoto não se importava com os meios ou como fosse feito, mas Aoyama Yuga precisava ser morto.
E afrouxando sua gravata que o sufocava e rangendo os dentes irritado; Nemoto acendeu apenas a luz de um abajur que ficava próximo a porta, e caminhou em direção à estante que ficava do lado oposto de sua mesa, estante essa ao qual mantinha uma variada quantidade de bebidas alcóolicas. Pegando uma garrafa qualquer e bebendo diretamente do gargalo. Imaginando diferentes formas de arrancar do rosto, aquele sorriso pretencioso do atual comandante e de maior poder no submundo do crime.
— Isso demorou mais do que eu esperava.
Nemoto se virou rapidamente, quase derrubando a garrafa no chão ao que se assustou com a voz que soara repentinamente e de tom tedioso. Um pequeno abajur sobre a mesa havia sido ligado sem que ele percebesse, e Nemoto sentiu o liquido quente se revirar dentro de seu estômago.
Não era para estar acontecendo daquela forma.
Aoyama Yuga estava ali. Parado de frente para a janela de tamanho íngreme, com os braços cruzados em suas costas em uma postura completamente relaxada e despreocupada. Em sua mão, havia uma espécie de faca, que girava habilmente entre seus dedos.
Aoyama não demonstrava qualquer preocupação com o que poderia acontecer. Se é o que fosse acontecer.Nemoto cerrou os punhos e franziu o cenho, fazendo menção de dar um passo a frente e abriu a boca para poder chamar pelos seus seguranças, mas o rosnado e os olhos castanhos avermelhado que brilharam dentro da escuridão ao lado de Aoyama, o fez fechar a boca e permanecer no lugar.
Ele não sabia como Aoyama havia conseguido passar por sua segurança e entrar ali tão facilmente, mas era obvio que ele não faria aquilo sozinho. Não quando ele sempre tinha um cachorro ao seu lado.
— Desculpa por fazê-lo esperar. — ele disse, com um tom ácido em sua voz; mantendo a compostura para não demonstrar que estava abalado com a presença do outro, ao que se aproximava com um pouco de cautela. — Não esperava receber uma visita tão desagradável à essa hora da noite.
Aoyama por outro lado apenas sorriu. Tão largo que era como se as pontas de seus lábios tocassem seus olhos. Mas Nemoto não precisava ver. E apenas continuou a observar a imensa selva de pedras, feita de grandiosos e iluminados prédios que se estendia no horizonte, levando seu próprio tempo para poder dizer:
— Durante a minha adolescência eu costumava ficar facilmente entediado. Eu tinha que aprender diversos idiomas, como me portar diante das pessoas e durante uma refeição... como usar uma arma e como matar uma pessoa sem fazer muita bagunça. Era sempre a mesma coisa, e isso me levou a ter hábitos considerados desagradáveis.
Nemoto observava as costas de Aoyama com o cenho franzido, ponderando por um momento aquelas palavras, buscando por um significado oculto por trás de cada uma delas. Talvez ele houvesse descoberto algo sobre seu passado? Ou alguma coisa sobre aquilo era sobre os últimos acontecimentos que envolviam seu filho, agora morto? Não dava para saber. E ele não saberia até que o outro decidisse o momento de chegar ao ponto.
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The Love We Share - Livro 1
FanfictionEm um mundo onde híbridos de Lobos e Raposas coexistem, rodeados de preconceito e demarcação de territórios. As leis foram alteradas, mas nem tudo é como deveria ser.