↬ Sexta-feira — Final do intercolegial ↫Em uma competição como aquela, tudo poderia acontecer; era nítido, óbvio e todo mundo sabia que nenhum resultado era garantido. Mas foi uma surpresa quando no início da noite anterior, aqueles que haviam se tornado os melhores rivais que poderiam querer, havia sido derrotados nas semi finais para a escola Shiketsu. Um último lance feito por Tomo que não havia sido válido, pois seu pé estava na linha na hora do arremesso, aparentemente não havia sido notado pelo juiz e o que garantiu sua vitória contra a Rakuzan. Um placar acirrado de 100 x 103.
E Kirishima que assistia a última partida daquele dia — após a UA ter ganhado seu penúltimo jogo e ser classificada para a final—, junto dos demais do time da UA e ao lado dos amigos, sentiu as mãos transpirarem e o estômago se revirar com aquele resultado; contendo a vontade de rosnar para os organizadores do torneio, que estavam sentados à uma mesa próxima da quadra fazendo suas anotações de seja lá o que fosse, e dizer que aquele resultado não era válido. Mas não podia deixar seus instintos falarem mais alto e tomar outra advertência por mau comportamento, como havia levado no dia anterior, em que simplesmente havia mandado o juiz se foder, em alto e bom som, para todos que assistiam ao jogo ouvirem, e tudo porque o mesmo não aplicou uma falta no adversário que estava bloqueando Shinsou de uma maneira agressiva. Sendo obrigado a escutar comentários de provocação do técnico do time adversário.
E no final de tudo, o resultado estava decidido. Seria a UA à ter que chutar a bunda dos garotos da Shiketsu.
Kirishima havia feito uma reunião de emergência na quadra da escola após saírem do ginásio naquela noite; mostrando imagens dos jogadores do time adversário, apresentando seus nomes, pontos fortes e fracos, pontuando como costumavam jogar e qual seria a estratégia para lidarem com eles. Deixou para falar sobre Tomo por último, a muito contra gosto, porém necessário, não deixando de notar que desde que a imagem do lobo de cabelos pretos apareceu na tela; e mesmo ficando quieto em seu canto, Bakugo rosnava baixinho, como se estivesse diante de um grande inimigo.
— A cara dele me irrita. — Bakugo havia falado, quando questionado sobre o porquê de estar rosnando daquela forma.
E Kirishima fingiu que acreditou.
Havia notado que Bakugo estava sendo territorialista, demonstrando mais ciúmes e uma possessão primitiva naqueles últimos dois dias. O lobo sempre arranjava um momento ou alguma desculpa para que pudessem ficar sozinhos, para que os demais do time não ficassem muito em cima durante uma comemoração ou na hora de perguntar algo. Não que Kirishima achasse ruim ou alguma coisa do tipo, gostava da forma como Bakugo o abraçava; apertando sua cintura com força e o pressionando com o corpo contra a parede, avançando em seus lábios em um beijo de tirar o fôlego, na forma como ele liberava seus feromônios para o aromatizar e ambos os cheiros se misturavam em suas roupas e corpos. Bakugo não lhe dizia o porquê de estar agindo de tal forma tão repentinamente. E apesar de querer uma resposta clara e objetiva, Kirishima gostava de ter o cheiro adocicado de Bakugo em sí.
Gostava de ser marcado e da ideia de que todos já sabiam; que mesmo sendo uma raposa, era ele quem pertencia a Bakugo, da mesma forma como o lobo pertencia somente a sí.
Um pequeno sorriso pendia em seu rosto com a lembrança da noite anterior; no beijo cálido cheio de desejo e luxúria que lhe foi dado ao se despedir de Bakugo, quando o mesmo o acompanhou até em casa. Na forma em que ele o fazia suspirar e não querer mais parar.
Kirishima estava saindo do banheiro, andando tranquilamente pelo corredor em direção à quadra; já que ainda havia alguns minutos antes de se iniciar o último jogo, quando seu nome foi chamado:
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The Love We Share - Livro 1
FanfictionEm um mundo onde híbridos de Lobos e Raposas coexistem, rodeados de preconceito e demarcação de territórios. As leis foram alteradas, mas nem tudo é como deveria ser.