Sentado em sua poltrona no escritório, Aoyama se questionava: o que tornava aquela situação tão diferente de qualquer outra?
Aquela não seria a primeira e nem mesmo a última vez que o nome da família Aoyama estaria envolvido em algum tipo de conflito; fosse para defender seus territórios ou seus interesses. Assim como também não era a primeira vez que Yuga estava sendo ameaçado, e obviamente não seria a última.
Quando tudo aquilo acabasse, independente de qual lado caísse, alguém iria aparecer. Sempre aparecia alguém, em busca de territórios para expandir qual fosse o mercado ilegal, em busca pelo poder e com o desejo de fazer seu nome ser temido.
Sempre foi assim, e não havia razões para que aquilo mudasse agora.
Aoyama não tinha uma resposta concreta para aquela dúvida súbita; mas talvez fosse por orgulho pelo nome ao qual carregava, os anos de conquistas, pelas vidas de seus subordinados ao qual não desejaria que fossem desperdiçadas, afinal, muitos deles possuíam família, esposas e filhos. Ou talvez fosse o seu amor por Tokoyami, submetido ao desejo de passar por qualquer coisa para que assim pudesse continuar vivendo ao seu lado.
Independente de qual fosse o motivo, Aoyama não se permitiria ser aquele à perder.
E perdido em meio aos pensamentos, elaborando um plano de sobrevivência para aquele chamado de guerra, Aoyama deslizava o seu polegar para cima e para baixo sobre o mecanismo de segurança de seu revolver, de uma maneira quase que sutilmente; fazendo um ruído de click clack simultaneamente ao travar e destravar sua arma, mal notando quando Tokoyami adentrou em sua sala, sendo acompanhado por Nakajima.
— Mas pode ser que dê certo. — dizia Nakajima, se jogando de maneira preguiçosa no pequeno sofá que ficava de frente para onde Aoyama estava sentado — Não faz mal tentar.
— Não podemos arriscar. — respondeu Tokoyami, colocando sobre a pequena mesa de centro, uma bolsa grande e aberta, revelando algumas armas e munições que havia pego — E estamos sem tempo.
— Eu devo saber sobre o que estão falando? — perguntou Aoyama, seu tom de voz saindo baixo e soando desinteressado, apesar do interesse no assunto.
— Nakajima acha que devemos convocar todo mundo que trabalha pra você, até mesmo os traficantes. Reforçar o nosso lado com os números. — disse, enquanto inseria um cartucho de munição em uma pistola — Mas não temos tempo, e a maioria deles levariam horas para chegar aqui. — suspirou, encarando Aoyama e lhe entregando a arma — Não sabemos como estamos sendo observados, ou como e quando eles pretendem agir. Fique com isso.
Aoyama bufou, o encarando com um olhar que o questionava se ele estava falando sério.
— Sabe que não gosto de usar pistola. Faz pressão quando dispara.
— Seu revolver demora para ser recarregado, e aposto que eles não vão esperar até que você termine. — insistiu, pegando a mão de Aoyama e colocando a arma sobre sua palma, além de entregar mais três cartuchos de reserva.
— Ele está certo, senhor. Precisa ser cuidadoso. — disse Nakajima, separando as munições de uma espingarda de dois canos — Além de que... não sabemos se temos alguém vazando informações.
— Um traidor? Sério? — Aoyama se levantou, soltando uma risada anasalada — Não fode comigo, meus homens não me trairiam.
— E não queremos cogitar essa possibilidade. — disse Tokoyami — Mas o Chisaki sabia que a segurança da casa estava reduzida para quase nada quando enviaram aquela mulher com uma ameaça. O cara do bordel que fui investigar também sabia alguma coisa sobre isso.
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The Love We Share - Livro 1
Fiksi PenggemarEm um mundo onde híbridos de Lobos e Raposas coexistem, rodeados de preconceito e demarcação de territórios. As leis foram alteradas, mas nem tudo é como deveria ser.