28 - Me faça seu

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🚫 antes de lerem queria deixar avisado que nesse capítulo tem uma menção à um possível estupro, vou deixar um sinalzinho de "⚠️" para caso queriam pular essa parte, como ela é pequena, não faz muita diferençalerem ou não 🚫

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A suave e doce voz de Debbie Davis reverberava pelo, não tão pequeno e não tão grande, consultório; seguida pelo agradável som da guitarra e a delicadeza das baquetas contra os pratos da bateria. Um Jazz que não se ouvia em qualquer lugar e que certamente agraciava as orelhas felpudas do lobo branco que descansava ali naquela sala. 

Mas a paz e a tranquilidade que o jazz lhe transmitia, logo foi interrompida pelas incessantes batidas na porta. 

— Entre. — rosnou, alto e impaciente. 

— De-desculpe atrapalhar seu descanso, doutor. — disse uma enfermeira, ao adentrar na sala, afoita e em completo desespero. O lobo apenas girou em sua cadeira, que estava virada de costas para a porta; erguendo uma parte da máscara de  dormir, rosa florida, que cobria seus olhos, e fitou-a com seus olhos vermelhos pela brecha.  — É que estão exigindo pelo senhor na emergência. 

O lobo suspirou, retirando a máscara por completo e passou as mãos pelo rosto de feição cansada para espantar o sono. Se levantou de sua cadeira, colocando o estetoscópio em volta do pescoço e vestindo o jaleco; que do lado direito de seu peito, estava escrito em um delicado bordado dourado:  "Dr. Mashirao Ojiro" 

— Qual é a situação? — perguntou, sendo acompanhado pela enfermeira, enquanto praticamente corriam em direção às escadas para chegarem a emergência mais rápido. 

— Um garoto raposa.. entre 16 e 18 anos, deu entrada à alguns minutos, desacordado e com muitos hematomas. 

— Por que pediram para que eu o atendesse? — perguntou devidamente curioso. Pela descrição, se assemelhava a um caso de briga, o que era bem comum entre garotos daquela idade, e o que mais movimentava a emergência de qualquer hospital naquele país. Não entendia o porquê de exigirem sua presença, um caso como aquele qualquer um poderia resolver. 

— Foi o garoto que trouxe a raposa.. como ele se chama mesmo? Katsuki, talvez? — disse incerta — Ele está exaltado, não deixou ninguém tocar no.. 

Ojiro parou de repente, fazendo com que a enfermeira colidisse contra suas costas. 

— Você disse "Katsuki?" — perguntou, se virando para a mulher, que se arrepiou com o olhar furioso que recebera — E está me contando isso só agora? Deveriam te me chamado antes, porra. — rosnou, ainda mais irritado que antes. 

Dito isso, Ojiro se virou outra vez, correndo pela escada e saltando os degraus, ignorando os pedidos de desculpas da enfermeira; tentando conter a exaltação de seu próprio feromônio em respeito aos pacientes daquele hospital em que trabalhava. Além de que não podia se deixar ser tomado pelas emoções, entrar em desespero ou qualquer coisa parecida. Tinha que se manter calmo e profissional. Principalmente quando se tratava de alguém como Katsuki Bakugo. 

Ojiro sentiu dificuldade em respirar; tanto por ter corrido três andares de escada, quanto pelo ar pesado e tomado pelos feromônios do outro lobo branco. Katsuki estava de pé, ao lado da maca onde um garoto ruivo estava deitado e desacordado; com o corpo debruçado sobre o mesmo, as mãos sujas de sangue se agarrando as barras de metal de proteção na lateral da maca. Seus dentes cerrados mostravam as presas e seus rosnados eram altos, claramente uma ameaça de que não era para ninguém se aproximar. 

Mas sua expressão se suavizou ao que seus olhos encontraram a figura de Ojiro, se desviando dos demais funcionários para lhe alcançar. 

— Porra, onde você tava? — perguntou Katsuki, saído de cima de Eijiro. 

The Love We Share - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora