18 - Casa do lago - parte II

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Neito que nunca tinha um bom humor pela manhã, por não ser matutino, havia acordado animado naquele domingo; se pondo de pé não muito tempo depois de o sol lhe agraciar, tocando seu rosto pela fresta da janela. O relógio marcava 8 horas e já podia ouvir o barulho de vozes e correria no andar de baixo; uma clara briga entre os lobos para ver quem seria o primeiro a usar o banheiro. Por sorte o quarto ao qual, até então, dividia com o irmão possuía uma suíte. Mas a cama vazia ao lado da sua, com os lençol amarelo ainda dobrado e posto da mesma forma que estivera na noite anterior, significava que Denki havia dormido em algum outro canto junto de Jirou. E se soubesse que teria o quarto apenas para sí...

Neito se dirigiu ao banheiro, fazendo uma rápida higiene e trocando suas roupas de dormir para um short de banho; amarelo e curto de mais, a ponto que não chegar nem mesmo até o meio de suas coxas. Logo depois retornou para o quarto, indo para frente do espelho oval que ficava entre as camas. Apesar de estar usando apenas o short, Neito era o típico narcisista que gostava de se ver por todos os ângulos possíveis se a peça a sua escolha acentuava suas curvas. Abaixou um pouco a barra do short junto com a sunga, revelando a dualidade de cores na pele, afinal, havia passado a tarde toda do dia anterior pegando sol e ficado levemente bronzeado. E apesar de não gostar daquela marca, Neito havia gostado de como aquilo chamava atenção para a parte onde não fora tocada pelo sol.

Seus dedos deslizava pelas linhas em V que marcavam sua barriga e desciam pela pélvis. Uma de suas partes favoritas do corpo. Neito se perdeu em pensamentos ao fazer aquele gesto; imaginando as mãos de outra pessoa no lugar das dele, segurando seu corpo com força, deslizando as mãos por sua barriga até que lhe tocassem em seu pênis. A mão em volta de seu pescoço, o forçando a se olhar no espelho, para que pudesse ver todas suas expressões enquanto era fodido e tinha o pênis sendo masturbado ao mesmo tempo. Palavras sujas sussurradas ao seu ouvido.

Neito mordeu o lábio, grunhindo excitado. Talvez devesse entrar em contato com Tetsu ou com Kendou quando retornasse para a cidade, ou os dois juntos, como já fizeram algumas vezes. Já fazia um tempo que não transava com ninguém e estava começando a desejar por alguma diversão.

Dispersou os pensamentos, colocando os óculos escuros sobre a cabeça e saindo do quarto antes que ficasse excitado. E assim que saiu do quarto, acabou por esbarrar em Uraraka, que passava pelo corredor a passos rápidos; claramente irritada com algo, apesar do rosto tão vermelho quanto um tomate. E sem se importar em se desculpar, a garota seguiu seu caminho pela escada.

Um sorriso de canto surgiu nos lábios de Neito ao notar que a garota viera correndo da direção que ficava o último quarto daquele andar; quarto aquele ao qual Kirishima havia passado a noite. E a julgar por ser Bakugo quem aparentemente havia aberto a porta; usando apenas uma calça cinza de tecido fino, já podia imaginar o que havia acontecido para a garota ter saído daquela forma.

Mas deixando o lobo de lado por hora, Neito rapidamente desceu as escadas, encontrando Uraraka sentada na mesa da cozinha ao lado de Jirou; e pela forma exasperada e em forma de cochicho que as garotas conversavam, Neito já podia imaginar sobre o que era o assunto.

Neito cumprimentou os garotos que estavam sentados à mesa com um "Bom dia" e logo os ignorou, pegando um prato e se servindo com onigiris, sanduíches e algumas frutas. Mas antes que saísse do recinto, se aproximou de Uraraka, falando baixinho próximo a sua orelha:

- Garotas bonitas não deveriam correr atrás de garotos que não valem a pena. E nem fazer fofocas. - ela o encarou, e ele sorriu; piscando um olho e levando o dedo indicador aos lábios, um pedido silencioso de que era para ela não comentar sobre aquilo com mais ninguém.

Uma coisa era Jirou saber sobre a relação de Kirishima com Bakugo e não se importar; pois a única coisa ao qual a raposa prateada se importava era com seu próprio relacionamento. Outra coisa era alguém considerada de fora saber e se importar. Ou melhor, se incomodar.

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