Corvos, Leões, Texugos e Serpentes.

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Seu corpo balançava junto com o movimento do cavalo em que estava montado. A lua cheia em cima de suas cabeças escondia o brilho das estrelas e avisava o que aconteceria nos momentos seguintes. O silêncio era desconfortável e secava sua garganta. Faziam dias que estavam andando a procura de Hermione, Harry e Aurora. Uma enorme barreira estava instalada sob eles, impedindo que pudessem aparatar. Ele achava que talvez estivessem perto de algum vilarejo trouxa, já que não haviam dito o nome maldito e somente isso traria os comensais para perto deles. O braço de Teddy ardia ainda pelo feitiço de corte que haviam jogado nele. 

Ron havia chamado comensais ao falar o nome. "Voldemort" estava enfeitiçado para chamar os caçadores e os avisar de sua localização. Na discussão, não pensaram que estariam rodeados de comensais nos segundos mais tarde. Sem aviso algum, foram atacados e Ronald teve que o salvar quando um enorme corte o atingiu. 

Desde então, estavam andando. Ronald se manteve na sua forma animaga para conseguir carregar Teddy, que havia passado mais de uma noite com febre graças ao enorme machucado. Agora, ele estava bem, ou pensava que estava. A febre e as alucinações tinham passado, deixando a fome e a solidão cobrirem o seu ser. O Weasley se culpava o tempo todo, mas Edward deixava claro, não havia sido culpa dele. O medalhão era uma horcruxe, culpar Ronald por ter fugido e gritado com Harry seria o mesmo que culpar Ginerva por abrir a Câmera Secreta.
-Objetos amaldiçoados mexem com a cabeça de todos, até mesmo dos bruxos mais espertos, Ron. Eles irão entender que você não quis dizer nada do que disse. -Teddy disse em uma das pausas que fizeram. Mas foi difícil convencer Ronald, que sentia falta dos amigos e se culpava por culpar Harry pela falta de resultados na busca das relíquias de Riddle.

Suspirou fazendo carinho nos pelos do cavalo. Ele também sentia falta dos amigos, uma falta absurda que não ajudava em nada. Eles precisavam encontrá-los o quanto antes e avisar sobre o uso do nome de Voldemort. Do jeito que Harry e Aurora eram impulsivos, logo chamariam os caçadores para si e isso poderia ser suicídio nos tempos atuais.

Ouviu Whinny relinchar para si e olhou para cima, arregalando os olhos.
-Vamos! -Disse, segurando-se no cavalo.
Na frente deles estava um enorme vilarejo em chamas. Ouviam gritos e casas sendo invadidas. Era um ataque de comensais e lobisomens, coordenados para matar o maior número de trouxas e mestiços que encontrariam ali. O contraste da luz que vinha das chamas com a escuridão do bosque que estavam era absurda e os olhos de Teddy tiveram que se fechar quando a fumaça aproximou-se deles. Whinny acelerou em direção ao vilarejo e Teddy segurou-se melhor, tossindo um pouco.

-Socorro! -Ouviu gritos de crianças.
-Alguém! Alguém me ajude!-Uma mulher desesperada correndo com seu bebê de colo.
-Lobisomens! São lobisomens! Corram! -Gritavam os poucos bruxos que moravam no local.

Teddy pulou de Whinny e pegou a sua espada. Ronald voltou a sua forma humana e ergueu sua varinha.

-O que fazemos? -O ruivo questionou, tapando suas vias nasais com o braço.
-Tente apagar o fogo. Eu vou tentar salvá-los dos lobisomens. Se proteja deles, Ron. -Avisou e saiu correndo. Ronald concordou e seguiu as pressas para uma casa que havia sido incendiada.

Teddy mudou a sua aparência, mudando seus cabelos para um preto escuro e sua pele para a mais branca possível, deixando unicamente seus olhos na cor que ele havia nascido com, um dourado chamativo e que se misturava ao fogo daquele lugar.

Com a varinha, foi jogando feitiços de proteção nos moradores e jogando os lobisomens para o mais distante possível. Levitou uma mulher para cima de uma árvore e mandou que ela se escondesse ali com sua filha. Estuporou dois comensais e quebrou suas varinhas. Estava indo tudo até que bem, Ronald já tinha conseguido apagar boa parte dos incêndios e os comensais não haviam percebido que o plano havia falhado.

Foi então que Edward escutou um grito estridente que arrepiou toda a sua pele. Em um beco um garotinho estava encolhido enquanto dois enormes lobos se aproximavam famintos, prontos para pular sob ele. Correu até lá e antes que abatessem sua vítima, lançou um feitiço em um e enfiou sua espada nas costas do outro. O que recebeu o feitiço, bateu na parede e desmaiou na hora, mas aquele que recebeu a lâmina que ultrapassou o seu peito, tremeu e caiu no chão, ganindo. O garotinho correu até si e abraçou suas pernas. Teddy não fez mais nada, paralisado diante suas ações.

Os Herdeiros dos Marotos em: O Epílogo.Onde histórias criam vida. Descubra agora