A Enfermaria para Pacientes Não Recuperáveis.

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13 de Outubro de 1999.

-Eu não entendo porque continuam a permitir que ele venha conosco. -Draco ouviu alguém sussurrar no grupo.
-Eles não podem simplesmente proibi-lo, mas não é como se fossem contratá-lo ano que vem.-Uma bruxa respondeu.

Draco não levantou a cabeça e continuou tentando prestar atenção na explicação da medibruxa que estava os lecionando. Ele participava do grupo especifico para o curso de medimagia e curandeirismo e por isso, haviam ido para o hospital aprender mais sobre a prática daquela profissão.

Fazia pouco tempo que ele estava sozinho no curso, já que tanto Blaise quanto Aurora haviam tomado suas decisões, indo para diferentes cursos, o primeiro já tendo se inscrito no treinamento de auror e Aurora avançando na licenciatura de poções e no início de seu livro. Então, ele não tinha companhia além daquelas bruxas metidas da Corvinal, que achavam que ele, por ser um sonserino e um Malfoy, era mal e não merecia cursar medimagia.

Draco achava aquela conclusão estúpida e muito atrevida, já que ele era um dos melhores alunos de Hogwarts e o melhor do curso, sem falar que um herói de guerra com uma Ordem de Merlin. Todavia, não gostava de levantar a cabeça e não brigaria com elas, havia feito isso por demais ao longo dos anos, de forma injusta e indevida, e era ums dos principais fatores para sua má fama em Hogwarts.

-Compreendeu tudo, senhor Malfoy?-Perguntou a medibruxa.
-Sim. O Vive Mortis é um feitiço muito perigoso, apesar de útil para casos de vida ou morte. Se for usado de forma indevida pode deixar um paciente em coma e sem maneiras de acordá-lo. O efeito é bem simples, deixar o organismo tão paralisado que uma doença não progrida, como um câncer, por exemplo, no entanto, se o bruxo não tiver nada, os efeitos podem ser tão graves que nem mesmo o contra feitiço ajudará com a saída de seu estado.-Disse Draco.

-Além de doenças, que outro uso o feitiço pode possuir? -Questionou ela com um sorriso.
-Um sangramento interno ou uma convulsão, por exemplo. O feitiço ajuda com que o medibruxo possa descobrir o que o paciente possuí, sua causa e consequências, conseguindo curá-lo em seguida. O diagnóstico é sempre o essencial, por isso, Vive Mortis não deve ser usado ao menos que não possua escolha. O contra feitiço é revive mortis. -Disse Draco, sorrindo fraco.

-Muito bem, senhor Malfoy. -A medibruxa disse e continuou a andar, ainda sorrindo para Draco e explicando outra coisa.

-Metido...-Ouviu a corvinal atrás de si dizer.
-Ele provavelmente só sabe disso porque a Lady Black o ensinou. -Disse a amiga dela.
-Não consigo acreditar que ela não está aqui.-Disse um grifinório.
-Sempre quis ser amiga dela. -Disse a corvinal.

Draco revirou os olhos. Nunca que sua prima faria amizades tão ruins, Aurora era sensata e veria por trás dos sorrisos nojentos deles.

Queria ver o que ela faria se soubesse o que ele estava ouvindo. Segurou a risada com aquele pensamento. Sua prima arrancaria o cabelo deles. Gostava de Aurora por isso. Eles estavam mais próximos desde do sexto ano e a guerra, claro, depois de meses cuidando dela na Mansão, eles acabaram tendo piadas e um humor próprio entre si.

Ela foi a primeira pessoa que ele abraçou depois de Edward e sua mãe. Nunca pensou nisso enquanto crescia, tinha uma visão muito fechada sobre quem era Aurora.

A prima que ele não conhecia, filha de um presidiário que matara seus dois melhores amigos e uma bruxa louca que passara anos de sua vida exigindo justiça. Draco se arrependia tanto. A morena era aquela que, mesmo depois de uma longa sessão de tortura e dias passando fome, ainda o perguntava se gostaria de parte da refeição que levara.

Ela era aquela que sabia quanto sua perna machucada doía. Era aquela que ensinou a ele o que realmente queria fazer de sua vida, além de ser um Lorde mesquinho e orgulhoso. Draco Malfoy queria ser um médico metido, orgulhoso e excelente no que fazia.

Os Herdeiros dos Marotos em: O Epílogo.Onde histórias criam vida. Descubra agora