Cap 6: Ametista da Lua Pt.2

57 9 0
                                    

Mia: VOCÊ TA FALANDO SÉRIO? VOCÊ NUNCA VAI QUANDO EU TE CHAMO! AAAAAAH! VAMOS!

- É eu sei, eu sei... - digo rindo - Mas pensei em ir para ver como é, sempre tem que ter uma primeira vez não é?

Mia: Olha, já aviso que não é lá um lugar puro como o que você costuma ver.

- Tudo bem...

Depois de uma breve conversa, despedi de Mia e desliguei meu celular.

- Adria? - escutei, seguido de batidas na porta, me levantei para abrir.

- Mãe?

- Filha, estou um pouco preocupada, você anda meio estranha ultimamente... Parece preocupada e receosa o tempo todo.

Eu a abracei.

- Está tudo bem mãe, só andei tendo alguns pesadelos.

- Tudo bem... Mas se estiver acontecendo alguma coisa, você tem me falar.

- Não sou mais uma criança, mãe - falo rindo

- Não importa, continua sendo minha filha e eu continuo me preocupando com você - ela diz - Tenta sair um pouco mais, quem sabe ajude.

- Certo!

Minha mãe saiu para ir preparar o almoço e eu decidi ir para o quintal, sabia que estava preocupando todos... Porém não podia descansar e depois de amanhã... Dependendo de como o tal líder iria reagir, poderia não terminar com um desfecho tão bom. Na pior das hipóteses eu não voltaria a vê-los nunca mais.

- Quando eu consertar isso tudo, eu..., a Adria humana... Bom, nós, poderemos voltar cada uma para sua realidade - falo determinada

Olhei para a grama, me sentei e a toquei, tracei círculos usando o indicador, o mesmo brilho esverdeado surgiu e a grama se entrelaçou ao meu toque, os fios de natureza se movimentavam em formato circular acompanhando meus movimentos. Sorri, estava ansiosa para ver até onde meu poder poderia chegar. Me deitei no chão admirando as nuvens.

- Logo estarei de volta, Encantia - murmurei

No dia seguinte

No trabalho, Mia não parava de falar sobre a boate, sobre os amigos que queria que eu conhecesse. Ela era uma verdadeira profissional quando o assunto era sair para rolês noturnos. Eu apenas ria e dizia que não estava afim de um relacionamento por hora. Assim que terminamos nosso expediente fomos para a casa dela nos arrumar, avisei minha mãe que ficaria fora por alguns dias, como eu já sou maior de idade e já possuía o costume de passar alguns dias na casa de Mia, ela não estranhou.

Depois de tomar um banho, peguei o vestido que havia separado para usar. Mia havia insistido tanto para que eu usasse um vestido curto colado digno, que acabei cedendo. Não conseguia manter a calma, estava nervosa por dentro, se tudo seguisse de acordo com o plano, eu me encontraria com o cara que viveu ameaçando minha família, o cara que teria matado meus pais naquela noite e que impediu minha cerimônia da Marca Celestial de acontecer.

- Não, é a versão dele deste mundo, não o Éder que morreu - falo tentando me dar um choque de realidade - E que pode ser mil vezes pior...

Olhei para o livro de contos que eu havia trazido comigo, o coloquei na minha bolsa de lado, que iria usar e o afundei um pouco mais por entre minhas coisas para evitar que Mia visse. De tudo ali dentro, o livro era sem dúvidas o mais importante. Peguei meu celular e o escondi por entre as coisas dela, não poderia levá-lo comigo.

- Pronta? - minha amiga pergunta animada

- Sim - falei sorrindo havia terminado minha maquiagem

- Vamos brilhar como e-s-t-r-e-l-a-s!

Eu ri e nós duas fomos para o carro dela, eu não dirigia então Mia quem dirigiu por todo trajeto. Assim que vi a fachada da boate, senti um frio na barriga de nervosismo, mas me mantive firme.
Descemos do carro, nos aproximamos da entrada e após uma longa fila enfim estávamos dentro da boate.

- Vou pegar uma garrafa de vodka pra gente - Mia fala rindo animadamente

- Não tenho o costume de beber, você sabe.

- Nada disso! Hoje é um dia especial, sua primeira vez em uma boate!

Revirei os olhos pra ela que me empurrou de leve e correu para o balcão. Eu olhei ao redor procurando meu alvo, andei por entre as pessoas que pulavam, dançavam e curtiam. Haviam algumas mulheres e homens dançando pole dance em cima de algumas mesas, as pessoas aplaudiam.

- Vem sempre aqui, princesa? - escutei

Me virei com o susto, vendo um homem alto, com uma barba rala e um sorriso malicioso.

- Nem sempre - digo simplesmente, voltando a procurar meu alvo.

- Está sozinha? Deixa que eu te acompanho.

- Estou muito bem acompanhada, obrigada

- Você é ruiva natural? - ele pergunta segurando uma mecha do meu cabelo

Recuei rapidamente, fazendo a mecha deslizar sob os dedos dele

- Sou, algum problema? - falo

- Nunca provei uma ruiva natural...

- Que pena, vai ficar sem provar então, com licença - digo revirando os olhos e me virando pronta para sair.

- Para de se fazer de difícil, eu sei como cuidar de garotas como você - ele diz e me puxa pelo braço, fazendo nossos corpos se colidirem e ele agarrar minha cintura

Pisei em seu pé e me afastei novamente.

- Não, é não - falo séria

- Adria! - escutei Mia me chamar do balcão

- Estou indo - respondi

- Até o final da noite você estará na minha cama, gracinha - o homem diz

- Encoste em mim e até o fim da noite você estará no fundo da piscina - falo arqueando uma sobrancelha desfiando.

O som de palmas me fez virar rapidamente. Outro homem se aproximou rindo, um moreno alto musculoso de pele escura e um olhar de divertimento no rosto.

- Que show, que afiada - ele diz rindo

- Essa é minha, Lincoln - o homem que já estava comigo fala

- Sua o caramba, não fico com porcaria - intervi.

O moreno riu.

- Como se chama, senhorita língua afiada?

- Adria... Adria Faulkner.

Os olhos dele brilharam

- Pelo cabelo ruivo, irmã do Adrian Faulkner suponho? - arriscou

- Conhece meu irmão?

- Um grande homem, ele venceu de mim no pôquer, aquele cara tem meu respeito - diz orgulhoso, em seguida estende a mão para mim - Sou Lincoln Evans.

- Muito prazer - falo segurando sua mão, assim que meus olhos chegam em seu braço, por alguns segundos pude ver uma ponta vermelha desenhada em seu punho esquerdo... Uma ponta de uma foice.

Tentei esconder minha surpresa.

- Está acompanhado, senhor Evans? - pergunto

É a vez dele de arquear uma sobrancelha desafiadora. O homem que até então estava olhando tudo em choque, apenas se vira e sai resmungando.

- Se eu disser que não, você será minha companhia?

- Um segundo.

Saí de perto dele, corri até Mia.

- O que rolou? Quando vi tinha dois homens perto de você - ela pergunta, pego um copo de vodka e viro de uma vez - Vai com calma, garota!

- Eu já volto - falo e volto mais uma vez até Lincoln

O encarei nos olhos.

- Por que não vamos para um lugar mais reservado? Gostaria de saber mais sobre você... - digo.

ENCANTIA: A Ninfa e o Príncipe RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora