Cap 41: Marcada

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Corri para me esconder nos fundos da minha casa. Minhas mãos tremiam, senti um fio de sangue escorrer das minhas costas. Outra onda de tosse me tomou, caí de joelhos no chão apoiando minhas mãos.

— Corre, ninfa, corre... Porque sabe que se eu te pegar... Você não tem chance — voz do meu adversário soou no ar seguido de uma risada.

Me virei vendo rachaduras imensas surgirem nas paredes da minha casa. O medo me tomava cada vez mais.

— Me desculpe... Por ter sequer insistido em você usar essa magia — sussurrei ainda em completo desespero — No fim... Eu não vou ser capaz de curar essa ferida que você carrega?

Gael fez tanto por mim.

E por mais que eu tentasse, eu continuava falhando com ele, continuava só piorando sua situação... Ele havia quebrado seu bloqueio por mim, era minha culpa de certa forma ele estar daquela forma.

Dei um soco no chão.

— Pensa, ADRIA! — gritei.

Respirei fundo tentando me acalmar. Olhei a grama escura e sem vida por alguns segundos enquanto tentava engolir o choro, até que meus olhos vão para meu braço, onde a marca do juramento do príncipe estava.

Arregalei os olhos.

— A marca... — sussurrei.

Os passos de Éder me procurando me fizeram recompor, meu braço vazio havia me feito ter uma ideia... Ou melhor, uma aposta.

— E se... — murmurei.

Não tinha como eu pensar demais se iria funcionar ou não. Eu precisava tentar.

Entrei na minha casa rapidamente e analisei quais plantas não estavam mortas. Não era o bastante, mas não faria diferença se eu pudesse por em prática meu plano arriscado. Então sem pensar duas vezes eu saí de volta pra rua ficando no campo de visão do príncipe.

— Desistiu de se esconder, ruivinha? — zombou 

— Você disse que nossa conversa não tinha terminado, não é? Vossa Alteza.

Concentrei minha magia e fiz meu cajado surgir, o rodopiei e o finquei no chão. As plantas se modificaram e aumentaram de tamanho ao meu comando, avançando na direção dele. Éder destruiu minhas plantas com uma mão e aproveitando sua distração eu me aproximei rapidamente dele.

— Como você consegue ser tão estúpida, morrendo por um lugar sem esperança que nem sequer vai lembrar da sua morte — o herdeiro diz.

— Isso não é mais só sobre Encantia.

— Não? Tudo isso até agora foi pra quê? Pra você não ter que admitir que é um fardo perto da sua família "incrível" e "perfeitinha"?

Não respondi me desestabilizando por uns segundos, porém o suficiente para uma das plantas espinhosas dele agarrarem meu braço.

Com a minha abertura, as plantas espinhosas, as formas escuras e as raízes de árvores mortas começaram a nos rodear nos aprisionando juntos. Eu não poderia mais fugir e me esconder. Meu coração se acelerou. Eu não podia mais forçar minha magia, estava indefesa se ele tentasse qualquer coisa.

— Você não pode nem salvar a si mesma — Éder disse fazendo os espinhos cravarem ainda mais em meu braço.

Não digo nada, apenas o encarei e tentei me soltar dos espinhos.

— Por que você resiste?

As plantas se enrolaram mais pelo meu braço.

— Você sabe que vai morrer — continuou

ENCANTIA: A Ninfa e o Príncipe RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora