Cap 36: Um último lampejo

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Em algum lugar

Pisquei algumas vezes, respirei fundo.

— O que aconteceu? — sussurrei olhando ao redor.

Estava no meio de uma floresta, deitada em uma laje.

Na mesma hora as memórias me vieram na mente. Toquei minha cabeça e senti algo estranho, olhei para meu braço e arregalei os olhos horrorizada. Haviam pequenas raízes de plantas pelos meus braços e pareciam estar por debaixo da minha pele.

— QUE MERDA É ESSA? — gritei me levantando.

— Se você se mexer demais, elas entrarão nos seus vasos sanguíneos e uma roseira surgirá no seu coração — escutei.

O som de galhos rastejando soou no ar.

Me virei lentamente vendo a mulher de antes surgir do emaranhado de galhos negros.

Concentrei minha magia instantaneamente. A grama perto da laje e os galhos de árvores se aproximaram ao meu comando.

— Nada mal — ela falou sem se abalar, de repente os galhos negros começaram a se espalhar pelas árvores forçando-as a se endireitar — Mas eu estou a mais tempo que você nesse ramo.

A grama secou se desfazendo no chão.

— EU NÃO VOU TE FALAR NADA — gritei irritada e tentei ataca-la, porém na mesma hora senti uma dor terrível nos braços.

— Eu te avisei, sua idiota.

Respirei fundo tentando manter a calma para que a situação não piorasse.

— O que você fez com o Gael?

— O príncipe Éder? Eu não fiz nada — ela respondeu — A tricochê Matrocchiana vai fazer tudo por mim.

— A líder tribal da montanha — sussurrei me lembrando de já ter ouvido aquele título em lendas.

— Aquele príncipe traidor está mais fraco do que eu esperava, será decapitado facilmente por ela — a mulher diz mais para si mesma do que pra mim — Agora se ele sobreviver de alguma forma, precisarei de algo maior como uma maldição.

— Você é subordinada dele não é? Do Último fim.

A mulher enfim me encarou.

— Vocês estão matando inocentes — digo — O que diabos Encantia fez pra vocês? POR QUE NÃO PODEMOS VIVER EM PAZ?

— Inocentes? — ela repetiu — Quem você acha que é inocente?

Na velocidade da luz, ela avançou sobre mim e quando percebi estava sendo segurada pelo pescoço. Um olhar de desprezo estava no olho normal dela enquanto me olhava como se desejasse minha morte.

— Ninguém é inocente — ela prosseguiu —  Todos tem segredos, todos erram ou querem corrigir os erros dos outros... A tricochê só busca vingança, assim como você, srta. Estoria ou seja lá como você se chame.

— O que...

— Você age como justiceira, mas você mesma desejou a morte da família real! Ou já se esqueceu de quem começou tudo isso? Para que seu pedido se realize, diga em voz alta.

— Esse nunca foi o meu desejo!

— Ah não?

Galhos negros começaram a se enrolar novamente na minha perna, subindo lentamente.

— Você desejou e continua desejando... Neste exato momento, tudo o que quer é matar aqueles que fizeram você paralisar Encantia, não é?

Eu não sabia responder aquilo. Os galhos continuaram a subir, me enrolando cada vez mais.

ENCANTIA: A Ninfa e o Príncipe RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora