Cap 40: Vossa Alteza, Éder Encantia

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Subimos para o segundo andar da casa. Olhei discretamente pela janela do meu quarto. Meu coração disparou de adrenalina pelo medo.

— É com aquilo que você quer conversar? — meu irmão mais velho perguntou — Tem certeza?

O príncipe de Encantia estava no meio da rua, ele caminhava despreocupadamente e olhava ao redor, como se procurasse por algo. Seu corpo estava coberto de marcas e símbolos estranhos. Seus olhos estavam completamente cinzas, sua tatuagem da foice brilhava em vermelho. Havia uma meia coroa quebrada em sua cabeça e uma marca preta em seu rosto, uma marca que cobria metade de seu rosto. Ao seu redor, as plantas pareciam ainda mais mortas de quando eu havia visto, o ar se tornava mais denso perto dele, o mal na raiz. O príncipe parecia uma figura macabra digna de um filme de terror.

Minhas mãos tremeram. Imediatamente eu senti outra onda vindo. Tampei a boca rapidamente para abafar a tosse.

— Adria?! O que houve? — meu irmão perguntou se aproximando para tentar me ajudar.

— Minhas forças vem da terra e a magia de destruição dele está... Acabando com tudo — falei após o ataque de tosse.

— Retiro o que eu disse, isso não vai ser uma boa ideia

— Adrian! Não só pra derrotar o mago do mal, precisamos que ele recobre os sentidos para reverter essa situação!

— E se ele não quiser? Não tem como ficar arriscando sem pensar, olha só o estado que Encantia está... Você mesma tem dúvidas quanto ao lado dele nessa guerra!

— Eu sei, mas que escolha nós temos? Que escolha eu tenho?

— Você vai morrer se aproximar daquele cara... Se forçar sua magia, a dele vai absorver a sua.

— É só eu não usar muita magia — afirmei — Você ainda consegue usar sua mana? Já que não tira força das plantas

Meu irmão concentrou sua magia e fez uma chama surgir em uma de suas mãos.

— É mais desgastante do que normalmente seria, se eu entrar numa batalha contra o príncipe das trevas aí, não posso garantir uma vitória — concluiu — Mas é o bastante pra pelo menos contê-lo ao ponto da gente conseguir fugir.

— Ótimo, vou tentar falar com ele, mas não é pra você intervir a menos que eu peça!

— Adria...

— Por favor.

Adrian me encarou por alguns segundos antes de suspirar.

— Certo — diz — Só não exagere.

Assenti e respirei fundo.

Após ter certeza do que eu ia fazer, eu fui para os fundos da casa. Saí e andei discretamente até a rua.

Ele estava de costas pra mim.

Com as mãos tremendo, eu caminhei em sua direção. Comecei a sentir uma energia ruim tomando meu corpo e uma dor insuportável no peito.

— GAEL! — gritei chamando sua atenção, o príncipe se virou em minha direção instantaneamente. Seu rosto não possuía expressão, ele me encarou com seus olhos vazios.

— Gael Chevalier — repeti.

Ele ergueu levemente uma mão e sombras que até então eu não tinha visto me prenderam e me fizeram ir até perto dele.

— Uma criatura que ainda se mexe — disse indiferente — Devo queimar você?

— O que? Sou eu!

O príncipe me encarou de cima abaixo.

ENCANTIA: A Ninfa e o Príncipe RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora