Cap 16: Lar

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Pisquei algumas vezes tentando me acostumar com a luz.

— Espera, o quê? — murmurei

— Você conseguiu, ruivinha — escutei — Bom mais ou menos, acabei matando os mensageiros, mas você conseguiu desviar aquela parte da trilha para os outros que tentarem entrar.

— Gael? Por que as árvores estão se mexendo?

Foi aí que percebi que estava nas costas dele.

— Como eu te avisei, você usou magia demais e apagou, era demais para o seu corpo aguentar — ele diz — Está desacordada faz algumas horas

Arregalei os olhos me levantando um pouco.

—Você me carregou por horas?! — digo — Meu Deus, me desculpa mesmo por ter dado trabalho...

— Não deu nenhum trabalho, foi até maravilhoso ouvir você sussurrar meu nome enquanto dormia.

— EU FIZ O QUÊ?

— Brincadeira, brincadeira! — respondeu rindo

— Ainda assim me desculpe, não achei que fosse desmaiar.

— Que bom que você aprendeu, pelo menos agora sabe que até mesmo alguém com forte ligação com a natureza precisa ter cuidado.

Suspirei e desci de suas costas.

— Alguma ideia de onde estamos? — perguntei

— Nenhuma.

Andamos por mais algum tempo, parando algumas vezes para descansar. Até que finalmente chegamos ao fim da floresta fechada. O sol brilhava ainda, reluzindo, mas não demoraria para anoitecer.

— Mas que droga, por que Encantia precisava ser tão grande? — resmunguei

— Ruivinha, vem aqui dar uma olhada nisso.

Me aproximei dele e arregalei os olhos ao ver o que era.

— Isso é um portal desativado! Se conseguirmos ativar podemos ir para a capital! — falei animada — Não vamos precisar nos matar de tanto andar!

— Agora... Como ativamos essa coisa?

— Espera, você é literalmente o príncipe de Encantia, da magia da floresta e não sabe ligar um portal?

— Eu fiquei 6 anos fora, caramba! Me dá um desconto!

Eu ri.

— Como usei magia demais, vai ter que ser você — falei — Me dê sua mão.

Peguei a mão dele e coloquei dentro do  portal inativo.

— Agora é só deixar sua magia fluir com calm...

Gael nem esperou eu terminar de falar, libertou sua aura de uma vez ativando o portal. A força do portal nos jogou longe do mesmo, ele me segurou numa tentativa de amortecer o impacto, saímos rolando até parar próximos a uma árvore... E como se o universo estivesse contra mim, quando percebi havia caído em cima dele.
Detalhe: O príncipe continuava sem sua camiseta desde a cabana.

— Acordou ousada hoje, ruivinha. Isso é vingança? — ele diz sorrindo

— Já falei que falta pouco para minha paciência acabar? — resmunguei me levantando de cima dele — Pelo menos o portal foi aberto.

Nós dois nos aproximamos novamente do portal. Respirei fundo e olhei para Gael, ele assentiu determinado e sem pensarmos duas vezes, atravessamos.

A primeira coisa que percebi era que chovia. Abri os olhos, vendo a última coisa que desejava ver.

ENCANTIA: A Ninfa e o Príncipe RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora