Cap 17: A sombra

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— Não dá para entender nada... Pela cor da letra parece ser um feitiço proibido, por que meu pai tem isso?

Resolvi deixar para pensar naquele feitiço depois, voltei a analisar os outros feitiços e livros mágicos. Precisava aprender como usar minha magia em batalhas.

— Preciso de treino na prática também — ponderei

Fechei o livro e o levei comigo. Fechei a porta da biblioteca e voltei ao meu plano original de chegar até a cozinha. A luz da lua entrava pelas janelas. Acendi a luz, deixei o livro em cima da bancada e comecei a preparar algo para comer.

"Se Gael acordar ainda hoje, é provável que ele esteja com fome" pensei, aumentando os ingredientes e começando cozinhar, pois o prato que queria fazer era um pouco demorado.

— Além de bonita e poderosa, ainda sabe cozinhar, parece que a natureza tem seus preferidos — escutei

— Achei que dormiria até de manhã — falei  me virando para encará-lo — Se passou somente uma hora.

Gael bocejou e se sentou em uma das cadeiras.

— Não preciso dormir muito para recuperar minha magia e depois eu posso dormir mais, de qualquer forma.

— Humhum.

— O que está cozinhando?

— Vicatânia, um macarrão feito com violetas ao molho de cogumelos e carne seca, um prato encantino que minha mãe costumava fazer — digo finalizando a comida e colocando a panela em cima de um pano na bancada.

Nós dois comemos o macarrão.

— Minha nossa, que delícia — Gael diz com a boca cheia

Eu ri.

— Você é muito boa cozinhando — ele elogiou

— Minha mãe é quem realmente tem as habilidades culinárias, ela e meu irmão Adam, os dois são verdadeiros chefes de cozinha.

Gael me encarou por uns segundos e disse:

— Não gosto disso.

— O que? Tem algo errado com a comida?

— O macarrão está perfeito, a questão é você! Você se compara demais com seus irmãos, não é a primeira vez que acontece, você é incrível também, Adria.

Arregalei os olhos e o encarei.

— Hã... Eu... Bem, obrigada — falo um pouco tímida com o elogio — Mas e você? Tem alguma habilidade?

— Hmmmm não, eu só mato pessoas mesmo.

— Isso não é uma habilidade.

— Ah não? — diz sacando sua arma e dando um tiro na direção da janela aberta sem olhar, a bala passa pela janela e acerta em cheio o meio de uma maçã pendurada em uma macieira na casa em frente a minha.

— Wow, agora entendi... Você tem uma ótima pontaria — elogiei — Mas nem mesmo algo normal? Sem ser matar pessoas?

— Não que eu me lembre, quando se é um líder de uma gangue não se usa muito o lado "criatividade, flores e imaginação", sabe?

Eu ri.

— Imagino.

Terminamos de comer e voltamos a conversar. Após algum tempinho, eu me levantei da cadeira.

— Acredito que você queira tomar um banho e vestir uma blusa, uma camiseta ou algo assim, costuma ser um pouquinho frio a noite nessa época do ano...

ENCANTIA: A Ninfa e o Príncipe RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora