Sobre reconhecer as prioridades.

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Não sei bem se viver sempre foi algo exaustivo ou se com o passar do tempo a vida naturalmente se torna confusa e um pouco nebulosa.

Cada um de nós trava batalhas diariamente e todas elas tem um peso, algumas não consomem muito o nosso tempo, já outras nos acompanham desde o momento que abrimos os olhos até a hora de (tentar) dormir.

Por isso acredito que temos que ser seletivos até mesmo com os nossos problemas, caso contrário, ficaremos cercados de pendências e demandas que nunca se resolvem.

Se considerarmos que cada sofrimento é uma batalha, quantas batalhas você está travando neste exato momento?

Antes de seguir, precisamos ter em mente que a dor é inevitável.
Já sofremos bastante até aqui, contudo, a única certeza é que pode haver mais.

A questão não é esperar que o sofrimento caia no seu colo, mas compreender que ela virá e que é normal sofrer.
Repetindo: é normal sofrer. Isso não deveria nos causar medo.
Alguns sofrimentos são causados por nós, já outros são ocasionados por terceiros.

A única coisa em comum é que ambos podem nos machucar.
Acredito que alguns sofrimentos nos acompanharão constantemente ao longo da vida e teremos que aprender a reconhecê-los. Em contrapartida, alguns atritos em nossas vidas ocorrem em um período específico e depois amenizam.

E nesse “entra e sai” de problemas, situações, pessoas, tortas de climão e eventuais dramas, nós precisamos exercitar o ato de reconhecer o que machuca mais e o que demanda mais tempo e energia.
Precisamos escolher as nossas batalhas e priorizá-las.

Problemas familiares.
Relacionamentos amorosos que nos consomem.
Ambientes corporativos que usurpam parte da nossa vida privada.
E, claro, nossos próprios conflitos diários.
Uma infinidade de situações cruza o nosso caminho e testam a nossa sanidade mental, porém, nem todas merecem atenção ou sequer prioridade.
Nem toda dor é uma prioridade.
E esse exercício de evidenciar qual batalha vale a pena é bastante árduo e íntimo, entretanto, precisamos colocar um pé depois do outro e confrontar a importância das nossas batalhas diárias.

Todas as nossas batalhas são realmente necessárias?
Todas, sem exceção, precisam da nossa energia e tempo?
A ideia é abrir espaço para que seja possível respirar e, desse modo, organizarmos e resolvermos de vez algumas pendências ao invés de deixá-las grudadas em nossos calcanhares para sempre.
Cada vez mais a “Síndrome de Gabriela” se torna um peso (sempre foi, mas agora a conta chegou).

Lembrando que essa priorização não se trata de jogar alguns problemas para debaixo do tapete, mas sim de evidenciar o que mais dói e se preservar quando possível.
Se for pra doer, então que seja por algo que valha a pena.

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