Quarto escuro, coração apertado.
A única coisa que me ilumina é a tela de um celular às uma e pouco da madrugada.
Sei que tenho que acordar cedo.
Na verdade, sei que tenho que acordar em poucos minutos, mas acordado já estou.
Faz tempo.
Há tempos, existe tempos.
No meio de um dia corrido, lembrei
de te amar.
Segurei uma folha que estava caída na entrada de casa.
Segurei da mesma forma que seguro a sua pequena e tão profunda mão. Foi nesse exato momento que
lembrei de te amar.
Não porque um dia esqueci.
Seria como se esquecer que aqui dentro de mim tem um coração que bate, pulmões e tanta coisa que me habita que nem sei ao certo o nome.
Hoje você não estava bem.
Eu sei, a vida tem seus altos e, principal mente, baixos.
Mas você coloca a vida pra dançar de uma forma tão incrível que fico aqui pensando se o primeiro coração humano a se apaixonar não foi o seu. O meu continua um coração criança.
Sete minutos para às duas.
Vou ficando por aqui, do meu lado direito da cama.
O seu lado continua intacto, como uma tela de Van Gogh.
Hoje em dia, não penso em como será o mundo no futuro.
Talvez seja por isso que tenho dormido tão bem.
Talvez seja por isso que lembrei de te amar.
