Quem me dera! Ter-lhe conhecido antes de tornar-me eu mesma, disse eu;
Como assim?
As pessoas falam sempre sobre que o seu passado constrói-lhe — que influência do jeito que é e como ama e como interage com o mundo em que vive.
Quando digo querer ter-lhe conhecido antes de tomar-me eu mesma, digo que gostaria de ter-lhe conhecido antes de ter o coração partido e convencer-me de que estava mais segura sozinha.
Quem me dera! ter-lhe conhecido antes de ser abandonada há anos, antes de os meus pais divorciarem, antes que a minha mãe deixasse alguém partir por falta de promessas.
Gostaria de ter-lhe conhecido antes de tudo ter se enterrado dentro de mim, antes de tudo me tornar nesta pessoa que pode nunca se sentir merecedor de um amor como este.
Não vê isso?
O belo campo de batalha que é.
Vem ter comigo as suas relações fracassadas e os seus arrependimentos dentro das suas mãos, ofereceu-me o amor que era preciso, não precisa se desculpar pela forma como o mundo partiu-lhe.
Não precisas pedir-me para lhe perdoar por ter cicatrizes, ou dúvidas, ou medos, ou angústias torturantes, que não conseguiu sair do abismo, mas era forte, no seu ritmo- tempo, conseguiste, mas seu estômago doía, o seu peito doía, mas seu peito era minha paz.
E eu tentava fazer passar.
Nós amamo-nos, calmante, silenciosamente.
Quando lhe vejo, vejo rosas.
Eu vejo florestas de potencial apenas a partir dos seus membros.
Quando lhe vejo, vejo coragem, vejo alguém que ama apesar de ter medo, vejo alguém que esta lutando apesar de se sentir fraco.
Quando lhe vejo, vejo uma força que me inspira.
Vejo uma força que me dá vontade de ficar.
Ficar para sempre na morada do seu peito.
