isso é amor pra você?

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É bem possível que diante de tudo, o próprio mundo não faça mais sentido. Eu mesma não faço mais sentido. Fiz e desfiz para apenas me ver sendo jogada fora mais uma vez. Quantas voltas eu preciso dar, para entender de uma vez que quem escorrega na hora da peneira é porque não pretende ficar?

Você não é meu boneco. E eu repito todos os dias só pra ter certeza de que começou a virar realidade. Mais uma vez eu não consigo existir na minha própria verdade. Eu não respiro assim. Mais uma vez esse é o jeito que eu encontro de me dizer meias palavras e achar que pode ficar por isso mesmo. E que enquanto eu tentar dominar o tempo, vou acabar de mãos abanando. Mais uma vez eu me culpo pela falta que você deixou aqui. Eu sempre mais e você sempre menos. Uma cruzada.

Às cegas eu tateei um jeito de chegar junto. Quis ser sua amiga, você não deixou. Quis te levar ao céu, você me mandou voar sozinha. Então achei que a saída era esperar. Esperar e esperar. Porque a paciência é a alma do negócio. A força, a harmonia e o sagrado. A temperança, imperatriz e mãe cuidadora.
Mas eu sou bicho, fera e furacão e arrasto comigo até quem eu não pedi permissão, muito menos licença. Eu não tenho freio e tenho um fôlego de mais sete vidas. Só que é nessa que eu queria te contar todas essas coisas.

Eu queria te mostrar que o amor ainda existe, que intimidade é prima da confiança e elas passam muito bem, obrigada. E que ninguém se encontra por acaso. Sabia que queria te ver mais feliz, então enxerguei com o coração.
Quis encontrar com o passado e topei com um presente impossível. Repeti todos os dias: ele tem algum problema comigo.
E me vi sendo um problema pra você. Escancarei minha porta enquanto a sua continuou fechada.
Chutei, soquei e caí em mim: há portas que mesmo quando você tenta arrombar, não abrem.
Eu sei, a gente só pode ajudar quem quer ser ajudado. Esbravejei esse discurso para poder provar pra mim mesma que você não era meu boneco e que dessa vez eu te vi como homem.
A percepção do mundo pelos sentidos: Eu vi, senti, percebi e aceitei, e ainda sim não foi suficiente para você ficar.
Em um piscar de olhos você desaparece, enquanto eu fico aqui juntando esses cacos de menina quebrada.
Quase deu, quase foi, quase é, e o espetáculo chega ao fim.

Eu só sei desistir de pessoas, não sei desistir do amor.
Diga que eu só seu fazer papel de trouxa, enquanto você vive bem até demais nessa onda escorregadia de não se envolver com ninguém, que eu te conto quem de nós dois tem chance.
Ao menos um de nós ainda tenta. Quem não bota o coração pra jogo não tem como ganhar.
Não existe garantia vitalícia, nem prazo para trocar.
É um salto no escuro, no vazio solto no vácuo.
Amor é queda livre.

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