O silêncio não era culpa da língua que se encontrava ocupada em outros territórios quase cansada de se dobrar, porém, se pudesse falar falaria que nunca esteve tão feliz.
Ela encarava o teto no meio da madrugada e de tudo o que acontecia em cima da cama pequena e pensava se aquilo realmente era a realidade já que havia fantasiado tempo demais. E o tempo que é relativo passava rápido demais e também era tudo o que ela tinha naquele agora. A espera era muito melhor do que o ato e isso não era novidade para ninguém, por isso segurava ela com toda a força que só o medo de perder algo para sempre consegue gerar.
Ela segurou ela meia cansada e quase dormindo e disse algo baixinho e ela riu enquanto ela puxava ela no sentido côncavo como se ali fosse o lugar que ela sempre devesse estar.
Ela então enrolou os dedos no cabelo dela e ela segurou forte o braço dela antes que fosse manhã e que tudo diferisse porque o universo não pararia de expandir para a direção do próprio fim.
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