sim, talvez eu ainda te ame amanhã.
tentei te esquecer de tantas formas, o problema é que me apeguei aos teus detalhes. busquei outros modos de sumir, enchi a cara e gritei teu nome por essas ruas, mas tua ausência é pior que essa ressaca.
por que é tão difícil não escrever sobre você? às vezes sinto que a dor ameniza enquanto escrevo, enquanto te dedico algumas frases.
tenho a sensação de que alguns versos resulta no que transborda do peito, aquilo que há em excesso. por isso me sinto leve, no momento, mas amanhã o coração pesará novamente.
ontem contei para algumas pessoas que tudo isso era fictício. você nunca existiu, eles pensaram. continuarei negando. não direi teu nome, parei de descrever teus traços, irei te guardar na minha memória.
tenho tentado virar a página, quero que saiba. beijei outras bocas, e não pensei na tua. estive em outras companhias, e esqueci de você. gostaria que não fosse tudo tão momentâneo, porém o prazer dura somente alguns instantes e logo em seguida meu corpo implora teu toque. não há nada mais triste.
tenho superado essa abstinência, na maior parte do tempo há uma versão minha que ainda te deseja e busca sentir teu cheiro. em alguns momentos, apesar de poucos, me sinto confortável com tua ausência. acredito que, esse seja o início.
talvez eu ainda te ame amanhã, e você continue sendo a razão dos meus porres baratos. me acostumei com teus cigarros transbordando meu cinzeiro. mas um dia estarei vazio igual meu último maço. te amarei amanhã, mas haverá uma manhã em que não nutrirei sentimentos por você.
nesse dia deixarei de escrever. torço para que aconteça.