Nada a dizer.

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O silêncio caiu novamente, porém, este diferiu de todas as outras vezes.
Rosto, palavras, toques (e as ausências dele), conversas calorosas, pseudo intimidades e… e… o glorioso silêncio.

Detesto deixar o silêncio cair quando sinto que não falei tudo que gostaria.
E ai está o pequenino detalhe que é responsável por obliterar o que resto do meu sono.

Às vezes teremos que ir embora sem dar maiores explicações, pois faltarão palavras ou até mesmo o desejo de tornar o fim algo “correto” ou “polido”.

Coisas a dizer não faltam, o que falta é a força de transpor os sentimentos que armazenei até aqui em palavras.
Eu poderia passar horas e horas contigo alinhando cada detalhe, entretanto, esse esforço jamais será recíproco.
Você jurou a si mesmo que estava sendo a melhor pessoa possível e eu não tenho disposição para te explicar o quão nocivo você tem sido.
Por isso me espelharei em você e reduzirei a frequência das minhas palavras até que eu não tenha nada a dizer.

Há uns anos eu diria que tal atitude me mataria gradualmente até que nada sobrasse, contudo, estou aprendendo a separar as coisas.
Se eu dependesse deste elo que nos une, eu já estaria morto há tempos.
Então nada mais justo do que te devolver aquilo que você me dá, não por maldade, mas pela pura natureza recíproca de algumas coisas na vida.

Dessa vez me recolherei ao imediato silêncio, porém, a dor, desta vez, não calará instantaneamente.
Já aceitei que este pequeno caos é um mal necessário.

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