Amor também é, em certo grau, sobre proteção. Falo aqui, no entanto, sobre aquele momento em que gostamos tanto da pessoa ao ponto de querer proteger aquela existência com todas as nossas forças. Ao fim concluo, nessa louca passagem desvairada sobre meus amores que quero tão bem, que amar é ver, em si, uma necessidade de abraçar o outro e as suas cicatrizes para dizer: "vai ficar tudo bem"
Eu disse numa noite dessas, em um dos devaneios sobre querer tão bem, que queria tanto dividir a dor de quem eu amava para aliviar um pouco, sabe?
Queria dividir em dois aquela angustia para sentir Junto.
E enfrentar junto.
E chorar junto
E junto tentar construir uma solução. Talvez o amor é alívio mesmo
contra a tensão de uma realidade que tenta nos destruir.Me argumentaram, em contrapartida, que ataquei a liberdade do ser.
Ora, nunca me referi, contudo, a qualquer prisão, muito pelo contrário: proteção é um querer bem, nunca um querer privativo. Entende?Amor nunca é condição de algo. Nunca é aprisionar pessoas em gaiolas que irão sufocar a individualidade alheia em virtude de uma vida conjunta que nunca é saudavelmente conjunta se as individualidades não são preservadas, devo dizer Amor é da alma. Que estremece o corpo. Amansa o animo. Sente a pele. Agita o coração. O amor é aquela condição sentimental diametralmente oposta ao egoísmo moderno de construir-se enquanto deseja a derrota alheia.
Se você ama, você sorri junto.
Você torce.
Ajuda.Abraça. Entende.
Briga. Conversa.
Tudo isso pois se importa, do fundo do coração
Vale ressaltar sobretudo, que às vezes procuramos o amor em uma natureza quantitativa - queremos muitas pessoas em nossa volta que nos amam e fazem de tudo por nós.Mas está na qualidade a sua grande virtude: uma pessoa que te ama vale mais do que dezenas de companhias vazias.
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