Ruin above causes

14.

Monterey — Califórnia — 07:35am

Point Of View — Justin Bieber

Levanto da cama tendo a certeza que eu tive uma das piores noites da minha vida, e uma das mais mal dormidas também. Eu estou exausto, o meu corpo está pesado, parecia que tinha uma parede de concreto por cima de mim e eu não consigo tirá-la.

Eu estava apenas de cueca boxer e sem camisa. E eu estava prestes a passar pelo mesmo sacrifício de toma manhã: Mijar de pau duro. Portanto, depois de tantas tentativas me lembrei que eu estou há alguns dias sem transar. Isso definitivamente melhoraria o meu dia, mas também não estou com saco de ficar aturando programa rápido de prostituta.

Olho para a tela do meu celular e noto que hoje é 15 de Julho, dia do meu aniversário. Jogo o celular em cima da cama e vou escovar os dentes.

Para muitos, o aniversário é uma data importante, dia de comemorar, ganhar presentes e festejar com quem ama. Comigo nunca foi assim, eu odeio comemorar aniversário, odeio as pessoas fingindo que se importam apenas nesse dia, e o pior: Minha mãe sempre vem me visitar junto com minha irmã.

Minha mãe era uma modelo aposentada, que também sobrevivia com a pensão da morte do meu pai. Uma mulher elegante, viciada em vinhos caros e joias.

Minha irmã, não muito diferente, também era elegante, vivia nas custas da nossa mãe, e nunca soube o que realmente quer da vida aos 22 anos. Uma garota mimada, que nunca deu valor à nada pois sempre teve tudo o que quis. Ao contrário da minha mãe, ela consegue ser divertida às vezes.

Porquê família é um saco na maioria das vezes? Sem contar que Ashley sempre fica deslocada, se sentindo uma intrusa na própria casa. Minha mãe ditando regras no estilo dela, e minha irmã fazendo as mesmas piadas sobre sua personalidade. Tirando isso, era uma família perfeita.

Ashley sempre fez questão de engolir tudo apenas para manter a boa relação entre elas. Afinal, Ashley nunca conheceu a mãe, o avô, e a família sempre foi desunida. Então, parecia que o único momento em que ela sentia que não era só eu por ela, era quando tínhamos a visita dessas duas.

Porém, como a esperança é a última que morre, eu ainda creio que tenha nascido uma espinha enorme no rosto da minha mãe, para que assim ela não quisesse sair de casa.

Coloco só uma bermuda de moletom cinza e permaneço sem camisa mesmo. O dia hoje amanheceu quente e era mais um motivo de eu ter razão de ficar com um péssimo humor o dia inteiro.

Os seguranças assentem e estavam todos em seus devidos lugares, então me dou conta de que eram outros, então provavelmente já haviam trocado os turnos. Eu desço as escadas e já consigo ouvir várias vozes femininas juntos, e eu não me lembro a última vez em que eu ouvi tanta gritaria junto.

Assim que Eliza percebe minha presença ela fecha o sorriso e volta para a cozinha. Ashley me olha nos olhos mas continua sorrindo, com uma garota desconhecida ao seu lado, e Maia se encontrava na outra ponta da mesa, também super animada, de forma que eu não à vejo assim há semanas.

— Eu falei pra gente falar baixo, acordamos o seu pai. — A menina de mexas vermelhas no cabelo cutuca a Ashley, mas ela não parece ligar muito para o meu incômodo.

— Ele acorda cedo assim mesmo, e muito mal humorado também. — Ashley faz uma piada porém percebe que eu permaneço intacto no mesmo lugar a encarando. — Isso é jeito de ficar em casa com visita pai? — Ela aponta para mim de cima a baixo, se referindo à pouca roupa.

— Talvez eu pense sobre isso na próxima vez, quando você se lembrar de me avisar que teremos visita. — Sento-me sobre a mesa e já pego o meu Tablet.