Ruin above causes

47.

Califórnia — Monterey — 06h00.

Point Of View — Maia Carttini.

Sou surpreendida com a porta do pequeno cubículo sendo aberta, vendo a feição da mulher que se revelara junto à pouca luz que adentrava no quarto. Sento-me sob a cama dura que me proporcionaram, e umedeço os lábios, que estavam secos devido à tantas horas sem me hidratar.

— Hora de trabalhar. — A morena de pele escura e incrivelmente impecável vem em minha direção. Eu sinto o meu coração acelerar por não saber o que ela iria fazer comigo, pois eu não a conhecia. — Espero que tenha descansado bastante essa noite, seu sono nunca mais será o mesmo. — Ela parecia simpática, seu tom e sua pose não era intimidadora.

— Quem é você? — Encaro-a por cima dos olhos, ainda desconfiada. Embora ela pareça ser de boa índole, há algo que eu aprendi nesses últimos meses: Jamais confiar em alguém cem por cento.

— Sou a secretária de Bieber. — Ela arqueia a sobrancelha, fazendo-me arfar. — Eu não pareço ser uma secretária? — Ela me questiona. Encaro-a de cima a baixo e noto que embora seu corpo seja cheio de curvas, sua pele seja limpa e seus dentes brancos, seus trajes não condiziam com o cargo que ela diz ter. Estava suja.

— Eu nunca ouvi falar de você.

E então ela dá risada.

— Deve ser porque eu estou caçoando da sua cara. — Ela sorri amena, sentando-se ao meu lado na cama, e em seguida, pega uma chave dourada de dentro do sutiã. — Eu não sou a secretária do Bieber, eu sou apenas uma funcionária encarregada de te vigiar. — Ela segura o meu tornozelo e usa a chave para me soltar da corrente pesada.

Após retirá-la, massageio o local que estava ardendo e vermelho devido à grande pressão das correntes. A moça morena me encara com uma feição difícil de descrever, não sabia se era pena ou empatia.

— Para onde irá me levar? — A questiono, lembrando-me que anteriormente Justin havia dito para eu me alimentar pois eu iria ter algum trabalho pela frente.

— Eu preciso lhe ensinar a contabilidade das pedras preciosas e a pesagem de cada uma delas. — Ela explica, porém mantenho-me com minha feição interrogativa, e com as sobrancelhas arqueadas. — Bieber queria que colocassem você na área de escavação, porém o Dr.Willbert o convenceu que não seria saudável para o bebê. — Ela respira pausadamente. — Aliás, parabéns pelo baby.

— Parabéns? — Dou risada. — Eu não pretendo ter essa criança. — Me levanto da cama, cambaleio por alguns segundos até conseguir me manter firme no chão. Estava fraca, a comida que Justin havia me dado estava sem sal e eu preferiria comer um pedaço de papelão.

— Eu imagino que não seja fácil ser escravizada com um bebê na barriga. — Ela me olha penosa, cruzando os braços. — Tem uma garota aqui que engravidou e eles venderam a criança. Eu não quero te apavorar, mas acho que seja de bom tom lhe deixar avisada.

— Eu não sou uma escrava. — Digo firme, deixando claro minha irritabilidade pelas palavras chulas que saíram de seus lábios. Ela me encara gélida, e eu prossigo. — Eu estou aqui por conta de uma vingança de mal gosto, mas logo as coisas vão se acertar e eu irei sair daqui. — Ela me encara como se isso fosse teoria da minha cabeça atordoada, sua feição era totalmente incrédula.

— Há pessoas que estão aqui há mais de uma década, ninguém nunca foi liberto. Não há excessões, só saímos daqui sem vida. Se você tiver amor à sua, também não tente fugir, no final, tudo a leva para o caminho da morte.

— Megan está morta? — Me lembro da sobrinha do Meyer, todo esse assunto me leva a crer que o monstro Bieber e seus capangas tirariam a vida de uma adolescente.