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Califórnia — Monterey — 09:00

Point Of View — Maia Carttini.

Caminhamos até a área central do aeroporto, haveria um investidor da empresa SC nos esperando, com uma placa sinalizando. Caminhava como se estivesse pisando em ovos, tão frágil e autodestrutiva.

Avisto um homem de cabelos grisalhos segurando uma placa que estava escrito "Bem-vindo à SC, Wyatt" e então Wyatt amostra o seu enorme sorriso. Confesso que vê-lo assim me faz bem, embora eu não o ame da forma que deveria, eu o amo como um grande homem que é, um grande pai, e ele batalhou pra chegar até aqui. Então, tentarei ser o mais pacifica possível, ate porque muito provavelmente, Wyatt descobrirá todo o meu passado, e o motivo de eu não ter contado tudo. Afinal, meu objetivo nunca foi vasculhar esse passado, o objetivo sempre foi esquecer.

— Olá, Wyatt, que bela família. — O senhor grisalho diz sorridente. — Me chamo Felton, prazer em conhecê-los.

— O prazer é todo meu. — Ele estende as mãos, em forma de cumprimento.

O tal de Felton prossegue a caminhada, enquanto conversa aleatoriamente com Wyatt, enquanto caminhávamos até o carro. Porém, sempre que podia, ele me encarava, era bem sutil a forma que ele fazia, mas eu sempre fui observadora e logo notei. Talvez seja para Wyatt não perceber nada, e certamente estava dando certo.

Engulo seco, enquanto Andie puxava o meu vestido a todo momento, dizendo o quão animada ela estava por ter viajado de avião, e por estar conhecendo um novo país.

— Mamãe, pra onde estamos indo? — Ela questiona, ainda eufórica.

— Vamos conhecer a empresa em que o papai vai trabalhar, e em seguida vamos para o hotel que ele reservou pra nós.

— Um hotel, uau! — Ela diz como se fosse algo grandioso, e isso me arranca risadas.

— Vocês devem estar cansados da viagem, se preferir descansarem um pouco, a empresa fica aberta 24 horas.

— Eu acho que eu prefiro mesmo descansar um pouco, amor! — Faço uma voz mansa, mas eu estava realmente cansada. Porém, o motivo maior é que eu estava tardando o meu encontro com Domenic, a incerteza do que irá acontecer sempre me assusta. — As crianças também merecem um descanso.

— Eu não quero descansar, eu quero conhecer a empresa chique que o papai me mostrou nas fotos. — Andie me encara piedosa, e por fim instante quis xinga-la por sempre ser do contra, sempre a favor do "pai".

— Tudo bem, nós vamos.

— É assim que se fala. — Wyatt abre a porta do carro, para que eu entre. No carro já havia duas cadeirinhas, uma para Andie e outra para Colin. Parece que foi tudo realmente pensado para o nosso conforto.

[....]

Assim que o carro estaciona, e aquele enorme prédio de 100 metros fica na minha frente, num mero reflexo do vidro, sinto-me eufórica, a minha vontade era de sair correndo, mas... Para onde? Não dá mais, eu já estou aqui, não há como voltar atrás e me fazer de doida, embora seja isso que eu sou.

— Olha, mamãe, é ainda mais bonito ao vivo. — Andie diz animada, e eu apenas balanço a cabeça.

— É o início da nossa história nesse lugar. — Wyatt como sempre emotivo quando cita esse lugar.

— Vocês vão se dar bem por aqui, as pessoas são gentis e gostam de fazer amizades. — Seguro a risada, sabendo de como tudo acontece por aqui. — O chefe está esperando você no último andar, no topo.

— Você não vai subir conosco? — Wyatt questiona.

— Eu preciso resolver várias coisas ainda antes de me dar o luxo de descansar. Se eu aparecer na frente do chefe agora, sem resolver tudo o que preciso, as coisas não vão ficar legais pro meu lado. — Eles dão risada, e eu forço uma.

Ruin above causesOnde histórias criam vida. Descubra agora