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Argentina — Buenos Aires — 07:30.

Point Of View — Maia Carttini.

Eu mal consigo sair de casa, acho que eu odeio aqui...

Passaram-se 4 anos desde que eu fugi. A minha única esperança era criar a minha filha longe de tudo aquilo, longe da situação na qual nos coloquei quando decidi me envolver com o seu pai. Eu deveria ter lavado louças para conseguir resolver os meus problemas, iria demorar bem mais, mas eu estaria em paz agora. Mas não, decidi me envolver com milionários, e eles quase nunca são honestos. No meu caso, ele era um criminoso, e não satisfeita me envolvi na maioria dos crimes.

Dinheiro, o que as pessoas são capazes de fazer pra ter esse pedaço de papel? Eu, coloquei todo o meu futuro a perder. Hoje, eu não consigo mais nenhum emprego na minha área, o meu nome ficou sujo no FBI desde que neguei o caso de Cindy. Tudo o que eu tenho feito é cuidar dos meus filhos e da casa.

Andie e Colin, são os únicos motivos que me mantém de pé.

É claro que o Wyatt tem a sua parcela de feitos. Ele me respeita, me coloca em um pedestal, faz de tudo pela nossa família, é um homem honesto e de bom coração. Embora, não seja o homem que eu amo. Durante um tempo, tentei enganar à mim mesma pensando que eu iria aprender ama-lo, mas isso ainda não aconteceu. Talvez, eu ainda aprenda, mas no momento eu só sinto um enorme carinho e gratidão, já que foi o primeiro que me estendeu a mão quando cheguei aqui.

— Mamãe? — Andie entra no meu quarto, enquanto saio dos meus devaneios e termino de dobrar as últimas peças de roupa.

— Oi, querida! — Me animo assim que a vejo. — Como foi na escola?

— Tudo bem! Você acredita que eu ganhei estrelinha da professora? Ela disse que o meu comportamento é o melhor da sala.

— Eu não acredito! — A abraço. — Sabe o que você merece? — Encaro-a com um sorriso no rosto, e ela logo entende que ela deve escolher algo para comemorar.

— Sorvete com calda de caramelo?

— Hoje você pode.

— Eba! — Ela dá um enorme pulo e me dá um beijo na bochecha. — Você é a melhor mãe do mundo.

— E você é a filha mais carinhosa do mundo.

— Mamãe? — Ela diz desapontada. — Diz que eu sou a melhor filha do mundo, o Colin ainda não entende. — Ela aponta para o berço e eu dou risada.

— Você é a melhor filha do mundo. — Sussurro, e ela abre um enorme sorriso. E que sorriso, era tão familiar quanto o sorriso do seu pai. Era odioso o tanto que eles se pareciam. — Só não conta para o Colin. — Dou-lhe uma piscadela.

— Eu não vou contar. — Ela pisca de volta, e eu dou risada.

— Trate de tirar esse uniforme e ir direto para o chuveiro.

— Mas mamãe... — Ela resmunga.

— Mas nada. Vá tomar banho ou eu vou contar para a princesa que você não gosta de tomar banho. — Aponto para a sua boneca, que ela tanto amava.

Então, ela revira os olhos e sai andando, em direção ao banheiro.

— Saco!

— Sem retrucar, e daqui a pouco apareço aí pra vê se você lavou tudo direitinho.

Ela sai do quarto sem dizer mais nada, e eu ainda dou algumas risadas sozinha, a casa com criança era divertida além dos problemas e das responsabilidades.

Desço para o andar debaixo e escuto o carro de Wyatt entrando na garagem. Dou os últimos "conferes" no almoço e ao meu redor. A casa estava ok. Só eu que não estava apresentável, ainda não tive tempo de tomar um banho e a minha feição está cansada, mas nada de horrendo.

Ruin above causesOnde histórias criam vida. Descubra agora