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Califórnia — Monterey — 02h00.

Point Of View — Maia Carttini.

Bato forte em desespero na porta marrom e tenho como resposta um "Já vou" de Callie. E em questão de segundos ela abre a mesma. O meu corpo adentra o local de forma imediata, enquanto jogava-me no sofá de cor amadeirada.

— O que aconteceu, mulher? — Ela fecha a porta atrás dela e me encara com sua feição preocupada. — Você está horrível.

Enquanto eu prosseguia chorando, os passos de Callie são firmes até a minha direção. Então ela se ajoelha no chão e põe suas duas mãos em cima da minha coxa, e em seguida tira uma delas para limpar minhas lágrimas.

— Eu acabei com a minha vida, Callie.

Ela se mantém assustada, porém uma das qualidades de Callie era manter a calma e pensar sempre pelo lado positivo, e eu sabia que ela diria o que eu precisava de ouvir.

— Me conta o que aconteceu. — Ela diz eufórica, como de costume devido a sua personalidade hiperativa. — O que o Bieber fez com você dessa vez? — E então eu choro ainda mais ao ouvir seu nome sendo mencionado, ao lembrar que a última cena que eu havia dele na mente, era ele apontando uma arma na minha direção.

— Ele... ele tentou me matar. — Digo entre soluços e ela se levanta em fúria, boquiaberta.

— Desgraçado!

— Ele descobriu tudo, Callie, tudo.

— Tudo o quê? — Ela se ajoelha novamente, e me coloca de frente para ela. — Se você não me explicar direito, ficará difícil manter uma conversa. — Ela me passa uma certa tranquilidade. — Respira. — Ela respira e expira me auxiliando a fazer o mesmo, e assim eu faço, limpando minhas lágrimas.

— Ele descobriu que eu sou Detetive contratada de Meyer. — Tento não chorar de novo, então apenas engulo o choro, deixando um nó enorme na garganta.

— Como ele descobriu? — Callie mantém sua feição incrédula.

— Eu não faço ideia! Estávamos na mina, a sobrinha de Meyer fugiu e então descobrimos que um dos capangas dele havia a ajudado a fugir. Porém quando começaram as torturas contra ele, eu não aguentei presenciar e me tranquei dentro do seu escritório. Eu não faço ideia do teor do assunto lá fora, mas minutos depois ele chegou no escritório arrombando a porta e me questionando, e se ele quisesse ele teria me matado.

— A sobrinha de Meyer é uma das escravas dele? Mas ela foi sequestrada quando ainda era uma criança, isso tudo é pior do que eu imaginava.

— Cindy a sequestrou, porém Justin tomou os negócios e a manteve presa, caso precisasse ameaçar Meyer de alguma forma. Ele sempre pensa no pior.

— Ah, desculpa amiga. Eu não costumo ser certinha, eu só gosto de homem que não presta e homem casado, mas... Esse homem é o demônio em pessoa, não sei que diabos você viu nele. — Ela diz ríspida, e em seguida suspira. — Além do sorriso, o abdômen, os olhos cor de mel...

— Você não está ajudando. — Fuzilo-a com os olhos.

— Perdão, só queria descontrair um pouco.

— E agora? De novo eu volto a estaca zero. Meu irmão sem tratamento, e o meu pai sem a clínica. E eu? Bom... eu fico sem ter aonde morar. — Me mantenho cabisbaixa, enquanto Callie bate palma extremamente forte, assustando-me.

— Espera aí, como assim não tem aonde morar? Você diz isso sob a minha casa e ainda acha que eu irei deixar você dormir na rua? Você vai morar aqui. — Ela ordena hiperativa.

Ruin above causesOnde histórias criam vida. Descubra agora