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Monterey — Califórnia — 09:00.

Point Of View — Justin Bieber.

Estava sentado na minha poltrona, no meu mais novo escritório na nova mina. Joseph e Domenic abrem a porta segurando Sandy pelos braços. Ela estava bonita como sempre, porém seu corpo estava mais magro e seu rosto estava mais cansado do que o habitual. Ela me encara com fúria, e engole seco logo após.

— Um bom filho à casa torna. — Me divirto ao perceber o seu olhar impaciente. — Bem-vinda de volta. — Ela não responde, apenas continua me encarando com ânsia.

— Onde está o meu filho? — Ela aperta firme suas próprias mãos, parecendo se controlar após algumas lufadas.

Isso me faz dar risada.

— Onde os bebês ficam quando a mãe não tem a oportunidade de criá-los? — A questiono com ironia, porém não espero sua resposta. — Ele está predestinado à ser levado por uma família bem legal e espero que bem sucedida, pra que ele tenha uma vida diferente da sua. — Ela me encara derrotada mas em nenhum momento transparece isso como deveria. Sandy já estava acostumada a lidar comigo e sabia que sentimentalismo barato não funciona comigo.

— Eu... Eu queria vê-lo pela última vez.

— Isso não será possível. — Digo com rispidez, após me levantar e me escorar na mesa, de braços cruzados. — Eu até queria presenciar a cena linda da despedida, mas, à essa hora o seu filho está do outro lado do continente.

— O quê? — Ela nega freneticamente com a cabeça. — Cadê o meu filho, seu demônio? Eu quero o meu filho. — Ela tenta vir até mim, porém é impedida pelos dois que a seguram firmes pelo braço e cabelo.

Você nunca mais irá ver o seu filho. — Ando devagar até chegar próximo à ela. Ela chora ainda mais, e eu pude ver desespero em seus olhos negros. — Pensei que você tivesse noção da sua realidade. Você não tem vida própria, não tem vontades, não tem sonhos... Você nasceu para ficar presa aqui, trabalhando, e mandando a mísera micharia para a sua família todo mês. — Digo a encarando no fundo dos olhos, e ela faz o mesmo, porém ainda mais intenso. — Se não fosse por mim, você realmente estaria rodando bolsinha na esquina e sendo obrigada a dormir com velhos asquerosos, portanto, deveria ser grata.

Ela me olha de cima à baixo, era possível sentir o peso do seu desprezo no meu corpo, porém isso oferecia-me apenas cócegas.

— Eu serei grata, quando você pagar por tudo o fez com cada vida aqui, e lá fora. — Ela engole o restante do choro, pois seu rosto já era coberto delas. — Eu serei grata, quando você morrer, mas não morrer de qualquer jeito, mas morrer da pior maneira possível. Pessoas como você merece o pior fim de todos, pessoas como você nem mesmo Jesus ama ou perdoa. — Ela diz com os olhos transbordando ódio, enquanto a sua respiração não acompanhava o ritmo do seu raciocínio devido ao enorme pico de pressão. — Haverá uma enorme festa por aqui, quando você estiver sentado ao lado do próprio satanás, onde é o seu lugar, e eu levarei o bolo e a vela. — Ela realmente tenta ser o mais intimista que consegue ser.

Realmente, dava pra sentir ódio nas suas palavras, seus olhos, porém era notório que a capa de menina indefesa que ela tinha antes, sumiu completamente. Ela estava mais mulher, decidida do que quer, e isso ocorreu depois do nascimento de seu filho.

Eu não tenho nada contra Sandy, ela nunca me deu problemas antes da gravidez. Ela sempre trabalhou como deveria, nunca me desafiou, nunca tentou fugir, e quando armaram um plano de fuga, o nome dela não estava na lista de fugitivos. Porém, eu não tenho nenhum vínculo afetivo com ela, embora já tenhamos ido para a cama uma vez, nunca passou disso.

Ruin above causesOnde histórias criam vida. Descubra agora