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Monterey — Califórnia — 09h00.

Point Of View — Maia Carttini.

Passei na farmácia e consegui os remédios de Callie, realmente eles eram caros e se foi praticamente todo o meu dinheiro. Porém, o dinheiro nesse momento não era o mais importante e não é o que me move.

Assim que chego, noto que Callie não estava mais no sofá, então, ouço o barulho vindo do chuveiro, e chuto que ela esteja tomando banho agora. Sento-me no sofá e permaneço ali até o momento dela sair, pois eu precisava falar sobre os remédios antes de ir embora.

Ela vem em minha direção com uma roupa totalmente diferente do que a que ela estava anteriormente. Usava shorts jeans e um blusão vermelho. Ela secava os cabelos com a toalha e sua feição estava bem mais saudável.

— Conseguiu descansar? — Encaro-a esperançosa e ela sorri de lado, se sentando do meu lado.

— Consegui sim... — Ela suspira pesado, se virando até mim e mudando sua feição para uma mais agradável. — Eu queria te agradecer por tudo o que você fez por mim hoje. É sério, ninguém nunca cuidou de mim dessa forma. Se tiver algo que eu possa fazer para lhe retribuir, é o mínimo que eu possa fazer.

— Eu não preciso de nada. — Nego com a cabeça. — Eu fiz o que tinha que ser feito. Eu jamais iria vê-la daquela forma e passar direto, fingindo que nada estava acontecendo. O importante é que agora você está aparentemente bem.

— Eu estou ótima, graças à você. — Ela sorri de lado e eu nego simpática. — Você não quer almoçar aqui em casa hoje? Você ficou aqui por horas, deve estar com fome.

— Ah... Obrigada Callie, mas, eu realmente preciso ir. Vamos deixar para uma próxima vez, o que você acha?

— Acho ótimo. Me dá o seu celular, deixa eu salvar o meu número pra você. — Ela pede simpática e eu lhe entrego o meu celular. Ela salva seu número e em seguida me entrega de volta.

— Qualquer coisa você pode me ligar. E se quiser conversar, talvez, sobre qualquer coisa.

Ela me leva até a porta e ela me encara contente.

— Você é um grande ser humano. Espero que não percamos o contato uma da outra.

— Pode ter certeza que eu irei ligar. No imã da geladeira está um papel escrito com todos os seus remédios e horários, tudo bem? Descansa.

— Obrigada, vá pela sombra.

E então sorrio pela última vez, antes de deixar o cômodo e ir embora.

                                      •••••

Point Of View — Justin Bieber.

Passo pelo corredor estreito até chegar na sala privada, que os próprios policiais conseguiram pra mim. Nada como ter muito dinheiro para comprá-los, são tão fáceis e estão sempre a venda.

Sento-me na cadeira mais dura do que pau de tarado, e com isso suspiro pesadamente. Espero que eu não tenha que esperar muito, pois esperar me deixa irritado, e ninguém aqui quer que isso aconteça.

Olho no relógio e noto que já estou esperando há uns dez minutos. Encaro o vigia na porta e ele me olha como se eu realmente tivesse que esperar. Logo após, ele faz um sinal e eu conserto minha postura. Olho para o outro lado da grade e o vejo vindo de encontro à mim, seguido por dois agentes penitenciários.

Ele se senta na minha frente, encarando-me surpreso, e realmente até eu estou surpreso por me submeter a entrar nesse lugar. Porém, será a primeira e a última vez que piso numa cadeia. Ele me olha de cima a baixo e deixa sua feição irônica tomar conta, e eu franzo o cenho lamentando por ainda não saber ler mentes.

Ruin above causesOnde histórias criam vida. Descubra agora