Califórnia — Monterey — 05:00.
Point Of View — Maia Carttini.
Me desfaço do salto alto assim que chego em casa.
E com o "em casa" eu quero dizer "casa da Callie". Embora eu estivesse sentindo-me estranha, uma intrusa, ela fazia-me sentir bem acolhida em um apartamento que mal cabia nós duas.
Caminho pelo corredor escuro enquanto me apoio nas paredes, era impossível enxergar qualquer coisa agora. Com o tato, consigo sentir a maçaneta do quarto de Callie e giro a mesma. Suspiro pesado por sentir um cheiro forte de perfume masculino, portanto a primeira coisa que me vem à mente é "Callie estava com algum homem hoje".
Acendo a luz e me viro para o Closet. Tiro a blusa que fedia a hospital e sinto-me mais leve, em seguida, desço a calça jeans que estava super apertada em mim, digamos que Callie vestia roupas de criança. Me espreguiço em alto som, e vou virando aos poucos, até ter uma visão completa do meu corpo no espelho.
Porém o meu reflexo não é o único que eu vejo.
Assusto-me com o homem que estava sentado na beirada da cama, enfadando-me com um olhar gélido e pesado sobre o meu corpo. Arrepiava-me da cabeça aos pés, o vento que percorria pelo meu corpo mesmo sem nenhum resquício de corrente de ar naquele cubículo, era intragável.
— Que diabos está fazendo aqui? — O reconheço após alguns longos segundos. Era Domenic. Seus olhos passeiam por todo o meu corpo e então ele se levanta, lentamente, com os olhos ainda vidrados. — Cadê a Callie, como você entrou aqui?
— Shhh!!! — Ele coloca o dedo na boca, dando risada em seguida. — Ela não irá dormir em casa hoje. — Ele suspira. — E nem você.
— Do que você está falando? — Me mantenho eufórica, enquanto meu corpo se sentia energizado pela adrenalina que percorria o meu corpo. — Eu vou gritar.
— Só grite se for o meu nome, ao contrário acho melhor ficar bem quieta, caso não queira mais problemas. — Ele se levanta da beirada da cama e caminha até mim, lentamente. Meu corpo sai do lugar de forma abrupta, sentindo toda a energia caótica que pairava naquele homem de olhar hostil. — Agora eu sei o que tanto mexe com o psicológico do Bieber, você é uma delícia...
Dou meia volta e consigo puxar o lençol da cama, enrolando-o pelo meu corpo. O homem dá risada da minha fragilidade, porém aquilo não me hostiliza.
— Diga o que veio fazer aqui. — Digo com a voz ordenada, eu não queria mais demonstrar medo.
— Eu só vim lhe ver semi nua, não está claro isso? — Ele caminha de forma debochada por todo o quarto, colocando sua atenção em alguns objetos.
— Você não sabe com quem está falando, não é? — Engulo seco. — Uma ligação no meu celular e a polícia inteira vem lhe buscar como um animal sem dono. — Esbravejo, tentando ao máximo ser tão articulista como ele.
— Você não era ninguém antes do Bieber, docinho. — Ele solta a frase em alto tom, fazendo-me sentir inferior. — Você até pode ter uma moral mínima na conta, mas você não é uma Bieber, não tente agir como uma. Você não tem o poder. — Ele me encara com desdém, porém em nenhum momento, mesmo sentindo-me inferiorizada, tiro minha postura de superioridade.
— E quem é você? — Desafio-o. — Um merdinha capacho do patrão. — Cuspo as palavras de forma irônica. — Diga de uma vez o que veio fazer aqui.
Ouço alguns passos atrás de mim, e antes que eu me vire para checar quem era, sinto uma pressão enorme na cabeça, vendo tudo se escurecer como um blackout.
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Ruin above causes
ActionJustin Bieber é um dos homens mais respeitados da Califórnia, com seu "coração enorme" e suas causas nobres. Ele se esconde atrás de suas diversas máscaras, enganando não só todos à sua volta como à ele mesmo. Atrás do grande homem bondoso que a soc...