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Chelsea — Nova York — 07:00am

Point Of View — Maia Carttini

Enquanto eu estava degradando dentro do hotel, faço inúmeras ligações para o seguro do carro de Ally e a única coisa que eles fazem é colocar uma musiquinha irritante e me fazer esperar. Eu só quero resolver isso, eu sei o quanto ela ralou por aquele carro. Sem contar que o meu carro também está no nome dela, qualquer coisa que acontecer com o meu carro ela se responsabiliza. Seja problemas técnicos, furto ou a placa.

Digamos que se eu sequestrar alguém e anotarem a placa do meu carro, eles puxam no sistema o nome e acharão a culpada. Só terão problemas pra nos identificar por sermos gêmeas, seria engraçado.

Ouço baterem na porta e vou até lá em passos lentos, andar com essa bota ortopédica é horrível... Vejo uma senhora de uniforme com um banquete enorme em cima do carrinho de lanche e franzo o cenho. Ela parecia simpática e sorria à todo momento.

— Perdão senhora, acho que você errou de quarto. — Tento ser o mais simpática possível, mesmo que eu esteja de mal humor após ser feita de trouxa pela concessionária.

— Maia Carttini Bieber? — Ela pergunta presunçosa. Eu respiro fundo após perceber que isso só podia ser coisa do Justin, que estava no quarto ao lado do meu.

Ele insistiu em vir, por algum motivo.

— Por acaso foi o senhor Bieber que fez o pedido? — Pergunto escorada na porta.

— Sim, senhora. — Ela sorri e então eu sorrio de volta.

— Tudo bem, vai, pode entrar. — Eu abro a porta por completo e ela entra, deixando o lanche no canto do quarto. E então eu pego minha bolsa e tiro 15 dólares da bolsa e lhe dou de gorjeta. Nos aproximamos da porta e ela me encara pela última vez, e eu tenho a impressão de que ela quer me dizer algo.

— Não deixe o seu marido ficar sozinho aqui, as mulheres daqui são bem vadias e interesseiras. — E então ela sorri simpática e se retira. Eu custo a processar o que aconteceu aqui, então apenas fecho a porta e me delicio com o aroma que preenchia o quarto. Eu realmente estava com fome.

Eu pego o carrinho e o deixo próximo à cama, sentando com pernas de índio enquanto encaro cada prato. Pego o mamão com lichia e um iogurte e me delicio. Após terminá-los pego uma torrada com geleia de morango e bebo mais um iogurte. Sinto-me cheia e tampo os recipientes. Encaro o relógio e vejo que faltam apenas meia hora para irmos à casa de Don.

Escovo os dentes e resolvo soltar o coque do meu cabelo, deixando-o solto e com leves ondas nas pontas. Dou a última olhada no espelho, pego as papeladas que peguei de Justin na noite passada e pego minha bolsa. Tranco a porta e confirmo se ela está mesmo fechada e segura, e após ter certeza eu caminho pelo enorme corredor e vou até a porta ao lado. Encaro o número 2045 e bato na porta, esperando-o abrir enquanto mordo os lábios nervosa.

Ouço alguns passos e ouço o barulho da chave na fechadura, e quando ele finalmente abre eu o vejo apenas de calça social e meias, totalmente sem camisa. Ele me lança um sorriso e entra, como se não precisasse me pedir pra entrar e eu tivesse intimidade suficiente pra isso. O ignoro e resolvo entrar, fechando a porta atrás de mim. Ele se encara no espelho e seus olhos vem diretos em cima de mim, eu percebo e me sento na cama.

— Está nervosa para o início do seu primeiro caso? Ou está nervosa pelo privilégio de me ver sem camisa? — Ele sorri descontraído e eu reviro os olhos, bufando em seguida.

— Eu não estou nervosa. Estou ansiosa... Ansiosa para resolver todos os meus problemas e ter paz. É só isso. — Respiro fundo e ele concorda com a cabeça, vestindo sua blusa social em silêncio.

Ruin above causesOnde histórias criam vida. Descubra agora